Resumo: Os empresários
buscam o auxílio do contador para executar inúmeras tarefas acessórias. O que
deveria ser um ponto positivo, uma vez que permite a maximização da
lucratividade, muitas vezes torna-se um problema para o profissional, que não
cobra adequadamente pela prestação dos serviços.
Tags: valorização,
especialista, cobrança, serviço, milagre.
Descrição:
A relação comercial entre o prestador e o tomador dos serviços deve ser
bastante clara, preferencialmente em contrato assinado no que tange ao que se
está vendendo e o valor que será cobrado. Na prestação de serviços contábeis
deve ocorrer o mesmo. O contrato deve especificar detalhadamente quais serviços
fazem parte do honorário preestabelecido.
Na eventualidade de serviços não combinados e muitas vezes indiretamente
relacionados com a atividade administrativa, é ao contador que o empresário recorre
para pedir auxílio. Isso é positivo para a classe contábil, pois demonstra a
confiança que o cliente deposita nesse profissional. Esse crédito deve ser
confirmado com a execução do serviço com qualidade.
É impossível ao contador possuir habilidades para fazer tudo - algo utópico
para qualquer profissional -, mas sempre é razoável contribuir ouvindo o
cliente e na impossibilidade de executá-los indicar um especialista.
Se o profissional da contabilidade está habilitado para prestar o
serviço indiretamente relacionado com sua rotina, mas este deixou de figurar no
rol dos trabalhos contratados e incluídos no honorário, é seu dever imediato
informar o cliente do valor pela execução do mesmo.
Alguns clientes pensam que o contador deve fazer todas as tarefas que
surjam, tais como cadastros para financiamentos, PPRA, LTCAT, revisão de
cálculos de empréstimos bancários, instalação de software, licenciamento
ambiental, seleção de funcionários, etc.
Há empresários contábeis preparados para ofertar e executar muitos dos
serviços citados, além de outros tantos. O primeiro passo para resguardar a
relação profissional X cliente é verificar se as tarefas fazem parte do
contrato e se há necessidade de fazer cobrança acessória. Com receio de perder
o cliente, alguns contadores prestam qualquer serviço sem cobrar por isso,
decisão que contamina negativamente o mercado. Empresários contábeis que, pressionados
pelo cliente, fazem tudo sem a devida cobrança acabam prestando serviços de
baixa qualidade porque ficam sem receita suficiente para contratar auxiliares
capazes. Por fim, o cliente ficará mais ainda insatisfeito.
Ninguém deveria fazer nada de graça. Até os milagres precisam de
contrapartida, no caso muita oração e, às vezes, até promessas. Os santos só
atendem os apelos dos crentes mediante essa troca. Os santos mais famosos são
os especialistas. Santo Antônio é o casamenteiro, São Cristóvão é o protetor
dos motoristas e São Francisco, dos animais. Embora especialistas, as
santidades têm ampla área de atuação, mas em todas é preciso retribuir para
conquistar as graças.
Os contadores, assim como os santos, já produzem além dos limites de
suas especialidades, mas podem ofertar outros serviços desde que remunerados
para tanto, sob pena de figurarem como santos genéricos sem grande reconhecimento.
Valorizar o seu trabalho é o caminho mais curto para alcançar o milagre
de ser um empresário contábil de sucesso. Caso contrário, é possível que você
passe a vida toda mendigando reconhecimento, e aí nem São Matheus, o protetor
do contabilista, conseguirá te salvar.
Gilmar Duarte é empresário
contábil e autor do livro “Honorários Contábeis. Uma solução baseada no estudo
do tempo aplicado”.
01/07/2012
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