domingo, 1 de julho de 2012

Santo de casa faz milagre



Resumo: Os empresários buscam o auxílio do contador para executar inúmeras tarefas acessórias. O que deveria ser um ponto positivo, uma vez que permite a maximização da lucratividade, muitas vezes torna-se um problema para o profissional, que não cobra adequadamente pela prestação dos serviços.

Tags: valorização, especialista, cobrança, serviço, milagre.

Descrição:
A relação comercial entre o prestador e o tomador dos serviços deve ser bastante clara, preferencialmente em contrato assinado no que tange ao que se está vendendo e o valor que será cobrado. Na prestação de serviços contábeis deve ocorrer o mesmo. O contrato deve especificar detalhadamente quais serviços fazem parte do honorário preestabelecido.
Na eventualidade de serviços não combinados e muitas vezes indiretamente relacionados com a atividade administrativa, é ao contador que o empresário recorre para pedir auxílio. Isso é positivo para a classe contábil, pois demonstra a confiança que o cliente deposita nesse profissional. Esse crédito deve ser confirmado com a execução do serviço com qualidade.

É impossível ao contador possuir habilidades para fazer tudo - algo utópico para qualquer profissional -, mas sempre é razoável contribuir ouvindo o cliente e na impossibilidade de executá-los indicar um especialista.

Se o profissional da contabilidade está habilitado para prestar o serviço indiretamente relacionado com sua rotina, mas este deixou de figurar no rol dos trabalhos contratados e incluídos no honorário, é seu dever imediato informar o cliente do valor pela execução do mesmo.

Alguns clientes pensam que o contador deve fazer todas as tarefas que surjam, tais como cadastros para financiamentos, PPRA, LTCAT, revisão de cálculos de empréstimos bancários, instalação de software, licenciamento ambiental, seleção de funcionários, etc.

Há empresários contábeis preparados para ofertar e executar muitos dos serviços citados, além de outros tantos. O primeiro passo para resguardar a relação profissional X cliente é verificar se as tarefas fazem parte do contrato e se há necessidade de fazer cobrança acessória. Com receio de perder o cliente, alguns contadores prestam qualquer serviço sem cobrar por isso, decisão que contamina negativamente o mercado. Empresários contábeis que, pressionados pelo cliente, fazem tudo sem a devida cobrança acabam prestando serviços de baixa qualidade porque ficam sem receita suficiente para contratar auxiliares capazes. Por fim, o cliente ficará mais ainda insatisfeito.

Ninguém deveria fazer nada de graça. Até os milagres precisam de contrapartida, no caso muita oração e, às vezes, até promessas. Os santos só atendem os apelos dos crentes mediante essa troca. Os santos mais famosos são os especialistas. Santo Antônio é o casamenteiro, São Cristóvão é o protetor dos motoristas e São Francisco, dos animais. Embora especialistas, as santidades têm ampla área de atuação, mas em todas é preciso retribuir para conquistar as graças.

Os contadores, assim como os santos, já produzem além dos limites de suas especialidades, mas podem ofertar outros serviços desde que remunerados para tanto, sob pena de figurarem como santos genéricos sem grande reconhecimento.
Valorizar o seu trabalho é o caminho mais curto para alcançar o milagre de ser um empresário contábil de sucesso. Caso contrário, é possível que você passe a vida toda mendigando reconhecimento, e aí nem São Matheus, o protetor do contabilista, conseguirá te salvar.

Gilmar Duarte é empresário contábil e autor do livro “Honorários Contábeis. Uma solução baseada no estudo do tempo aplicado”.
01/07/2012

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