segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Grandes problemas ou grandes oportunidades?

A inovação é ágil, mas há muitos problemas ainda sem solução e tantos outros nem se sabe qual é o problema. Pensar nisso pode gerar oportunidades, prestigio e dinheiro.

Nunca houve tanta inovação implantada num espaço de tempo tão curto como na atualidade e parece que será assim por muito tempo ainda. Para aqueles que gostariam que tudo caminhasse num ritmo mais cadenciado só posso dizer que é ilusão. Devemos nos esforçar para acompanhar esse ritmo frenético para não perder o bonde, caso contrário será muito difícil alcançar aqueles que se adiantaram.

Reinventar-se constantemente passou a ser o compasso dessa orquestra mundial. Aquilo que gerou muito lucro no passado pode ser apenas parte da história que agora não produz mais o mesmo efeito. Perder tempo poderá forçar-nos a antecipar a aposentadoria.

Sou frequentemente indagado, por pessoas que desejam investir, sobre negócios ou ramos de atividade mais lucrativos. Esta é uma pergunta muito difícil de ser respondida, mas tenho sugerido conhecer e aprimorar as habilidades, estudar o mercado, pesquisar e fazer muitos cálculos para saber se o negócio é ou não viável. Claro que isso é apenas o princípio, pois o empreendedor que está dentro de cada um de nós é que fará toda a diferença.

O Google, que faz parte do dia a dia de todos nós, é uma das empresas mais inovadoras do momento e se reinventa diariamente. A revista Exame de 02/10/2013 publicou que “lá dentro os projetos [...] são pensados com base em um grande problema, que existe há muito tempo e ocorre em escala global [...] algo que tem potencialmente grande apelo. Em seguida, os técnicos propõem possíveis soluções.”

Parece-me que esta pode ser a solução para todos os empresários e também para nós, profissionais da contabilidade. Pensar, não apenas individualmente, mas preferencialmente em grupo, como os sindicatos de classe, quais são os grandes problemas do mundo que podem ser solucionados com a prestação dos serviços de contabilidade.

Após encontrar os grandes problemas precisamos debater muito até encontrar a melhor forma de solucioná-lo. Descobrir os grandes problemas é tarefa árdua, mas tê-los em mãos facilita a segunda parte.


Gilmar Duarte da Silva é empresário contábil, palestrante e autor do livro "Honorários contábeis. Uma solução baseada no estudo do tempo aplicado".

Tags: Google, oportunidades, inovação, problemas, solução

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Linha de produção para as empresas de contabilidade funciona?

A produção em série que transformou a indústria no início do século XX é empregada até hoje, mas será que se aplica às empresas de serviços de contabilidade?

As empresas prestadoras de serviços de contabilidade têm capacidade de ofertar diversos serviços, inclusive consultoria empresarial, além dos imprescindíveis para todas elas: escrituração da contabilidade, escrita fiscal, departamento de pessoal e legalização de empresas.

Na atualidade, a forma tradicional de execução das tarefas é a personalização aos clientes, porém com o uso maciço das tecnologias disponíveis. Os empresários da contabilidade desconectados, que não acompanham o avanço tecnológico, acabam por prestar serviços de forma artesanal. Tal deficiência encarece os custos de execução, derruba a rentabilidade e eleva, muitas vezes, o preço.

É possível trabalhar com serviços de contabilidade em série? É comum pensar que esta relação de produção é coisa do passado, mas engana-se quem pensa assim. O trabalho em série teve início antes de Henry Ford implantá-lo em sua empresa, mas foi com ele, a partir de 1913, que houve a grande disseminação por todo o mundo. Claro que muitas melhorias foram introduzidas, especialmente para evitar a robotização das pessoas, como ficou evidenciado no filme “Tempos Modernos” com Charles Chaplin.

A produção em série alcança grandes benefícios na redução dos custos e dos defeitos, pois é a especialização da mão de obra pela repetição de uma determinada função.

Nesta última semana, em mais uma viagem de reunião da Comissão de Precificação dos Serviços Contábeis (Copsec), visitei três empresas de contabilidade e uma delas adota o sistema de trabalho de produção em série, também chamada de linha de produção. A metodologia é utilizada há mais de cinco anos e os proprietários, satisfeitos com o resultado, destacaram os seguintes benefícios como os principais: redução do custo da mão de obra, facilidade de treinar os colaboradores para as novas funções e maximização da rentabilidade.

Se esta é a melhor forma de trabalhar, se os clientes ficam satisfeitos e se é aplicável em empresas com menos de quinze funcionários não sei responder. No entanto foi algo diferente que conheci e compartilho para propor a reflexão. Qual é a sua opinião sobre o assunto?


Gilmar Duarte da Silva é empresário contábil, palestrante e autor do livro "Honorários contábeis. Uma solução baseada no estudo do tempo aplicado".

Tags: linha de produção, massa, Henry Ford, contabilidade, Copsec

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Balanços reais ou fictícios?

A estupidez do Governo ainda silencia grande parte da população brasileira, que aos poucos tem se manifestado nas praças públicas. É hora dos empresários e contadores darem-se as mãos e “gritar”.

Hilário Franco, contador, professor e autor de diversos livros na área da contabilidade, resumiu que a finalidade da contabilidade é estudar e controlar o patrimônio para fornecer informações sobre sua composição e variações, bem como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial.

A finalidade não é somente para as empresas privadas, mas também para as públicas e mistas. A geração de informações autênticas depende da habilidade do profissional e do interesse daqueles que detém o poder sobre os destinos da empresa, que não deveriam influenciar negativamente.

O Governo é o principal fiscal da contabilidade, especialmente quando se trata das informações que impactam na geração e arrecadação dos tributos. Na contramão estão os empresários que, em função da pesada carga tributária imposta em nosso país e que cresce a cada ano que passa, exigem formas criativas de redução.

Essa rigorosidade do Governo deixa de existir quando se trata de processar a contabilidade das empresas públicas e mistas, como foi o caso da Petrobras. Para adulterar números e mostrar ao povo uma realidade fictícia, o Governo exigiu que a Petrobras não retrate mais R$ 70 bilhões de variação cambial. Ainda aumentou a distribuição de dividendos aos acionistas, dos quais o principal é a União. Este artifício foi batizado pela imprensa de “contabilidade criativa”.

No intuito de contribuir com a transformação das demonstrações contábeis transparentes, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) editou a Resolução 1.445/2013, que definiu regras claras para a denúncia, por parte do contador, de operações suspeitas de “lavagem de dinheiro” dos clientes. A intenção é boa e certamente irá valorizar a classe contábil, mas inicialmente não é assim que os contadores estão interpretando.

São regras duras para os empresários contábeis que têm, a cada ano que passa, reduzidos os ganhos e agora deverão abrir mão de parte da sua carteira de clientes ou correr o risco de perder o patrimônio pessoal.


Gilmar Duarte da Silva é empresário contábil, palestrante e autor do livro "Honorários contábeis. Uma solução baseada no estudo do tempo aplicado".

Tags: contabilidade, sonegação, Resolução 1.445/2013

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Precificar os serviços contábeis pode ser tarefa fácil?

Precificar serviços é uma tarefa difícil. Há muitos interessados em ampliar o conhecimento, mas ainda há pouco incentivo, o que acaba limitando o crescimento deste tema. A solução pode ser simples.

Grupos de pessoas com o objetivo de ampliar conhecimentos buscam formas organizadas que deem asas à imaginação. A reunião de pessoas, nas mais diversas áreas, tem sido uma das formas de ampliar a troca de experiências, o que vale também para empresários contábeis e contadores. Basta navegar na Internet para constatar a grande quantidade de eventos como congressos, seminários e outros tipos de encontros promovidos pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), conselhos regionais de Contabilidade (CRC), Sescap’s, Sescon’s, universidades e demais órgãos da classe contábil de todos os rincões do Brasil.

Congresso é uma reunião de pessoas com interesse comum para tratar de determinados assuntos, comunicar trabalhos, apresentar propostas ou trocar ideias, na qual os participantes vão para ouvir novidades. É, portanto, uma forma passiva.

Já o seminário se reveste de uma característica ativa, pois trata-se de um encontro  de especialistas para apresentar estudos a respeito de um tema central, seguido de debate com a plateia.

Refletindo desta forma, sinto falta de seminários para tratar da gestão das empresas contábeis e mais especificamente, à precificação. Imagino como seria proveitoso e enriquecedor a exposição sobre a precificação de serviços contábeis por especialistas, seguida de debate com a plateia e, por fim, escrever as conclusões, para que os interessados tenham condições de continuar desenvolvendo as ideais propostas pelo grande grupo.

Como membro da Comissão de Precificação dos Serviços Contábeis – Copsec - do Sescap/PR, tenho participado de muitas reuniões em diversas cidades do Paraná. Revelo que cresci com a troca de experiências. Tenho lutado para promover um encontro nacional de pessoas interessadas no tema precificação por acreditar que a classe ganhará com a unificação dos conhecimentos isolados.

Com este mesmo sentimento e vontade de fazer um pouco mais pela classe, conclamo os colegas empresários contábeis que enviem mensagem para demonstrar seu interesse. Com a manifestação do apoio será mais fácil viabilizar um seminário nacional de precificação que ficará registrado na história dos profissionais do meio empresarial contábil com um primeiro grande passo.



Gilmar Duarte da Silva é empresário contábil, palestrante e autor do livro "Honorários contábeis. Uma solução baseada no estudo do tempo aplicado".

Tags: Seminário, Congresso, precificação, contabilidade

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Contrato de serviços contábeis: a segurança nem sempre praticada do jeito certo

Apesar da exigência dos conselhos regionais de contabilidade e da Receita Estadual, a falta de contrato entre o empresário contábil e o cliente ainda é comum. Este “pequeno” detalhe pode garantir o futuro da sua empresa.

Contrato é um acordo de vontades entre duas ou mais pessoas que tenham capacidade de exercício, capaz de criar, modificar ou extinguir direitos, desde que o objeto seja lícito e possua forma prescrita ou não proibida pela lei. No caso do empresário contábil, além de regular os serviços prestados, o contrato também serve como garantia para estabelecer os limites da responsabilidade profissional.

Alguns contabilistas adotam esta importante ferramenta de forma simbólica, apenas para atender as exigências da Receita Estadual ou do Conselho Regional de Contabilidade (CRC). É possível que o principal motivo para a displicência e dificuldade em adotar o contrato como rotina esteja ligado ao desconhecimento da força do instrumento e da falta de apoio jurídico para aprimorá-lo.

A preocupação do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) com a falta de contratos entre empresários contábeis e seus clientes ficou registrada no artigo 6º da Resolução 803/1996: “o contabilista deve fixar previamente o valor dos serviços, por contrato escrito...” e também no artigo 1º da Resolução 987/2003: “o contabilista ou a organização contábil deverá manter contrato por escrito de prestação de serviços.” Esta resolução ainda explica a principal função do contrato, que é comprovar os limites e a extensão da responsabilidade técnica para a segurança das partes.

O contrato de prestação de serviço de contabilidade mal preparado pode gerar desconfortos, especialmente em relação aos serviços que fazem parte do honorário fixo e preestabelecido. Muitas vezes a falta de clareza leva o cliente a interpretar a contratação do serviço de maneira equivocada, entendendo que o valor estabelecido inclui mais serviços do que o inicialmente combinado. O empresário contábil, por sua vez, acaba ficando no prejuízo, o que dificulta a continuidade do trabalho.

O contrato de prestação de serviços contábeis deve conter, no mínimo:
§  identificação das partes;
§  relação dos serviços a serem prestados;
§  duração;
§  cláusulas rescisórias;
§  honorário;
§  prazo para pagamento;
§  responsabilidades das partes;
§  estabelecer, sempre que possível, os meses em que haverá serviços acessórios excluídos do honorário fixo e os respectivos valores;
§  mencionar a configuração da empresa para o honorário apresentado, pois em caso de alteração, este deverá acompanhar;
§  fixar a data máxima para a disponibilização de todos os documentos necessários ao pagamento dos tributos e obrigações nos prazos legais;
§  a periodicidade e a forma de reajuste do honorário.

Proponho aos empresários contábeis esta reflexão e sugiro a revisão dos contratos com os clientes ativos, para evitar um prejuízo ou talvez o fim de um relacionamento profissional produtivo. É sempre bom lembrar o que disse o polonês Samuel Goldwyn (1879/1974), famoso produtor de filmes em Hollywood: um contrato verbal não vale a tinta em que é assinado.

Gilmar Duarte da Silva é empresário contábil, palestrante e autor do livro "Honorários contábeis. Uma solução baseada no estudo do tempo aplicado".

Tags: contrato, serviços, CRC, CFC, conselho, Resolução 987/2003