segunda-feira, 31 de março de 2014
O contador pode ser bem remunerado?
A profissão de contador já não gera tantos recursos como no passado. Sim é uma verdade, mas somente para aqueles que creem firmemente nela.
Podemos comparar a classe contábil a um time de futebol, que demanda muito empenho para conseguir montar um projeto vencedor. Uma equipe de profissionais que esperam os colegas começarem a jogar para, somente após muita observação, prometer empenho e esforço. Uma esquadra de profissionais que não voltam para ajudar na marcação, pois seus colegas também não o fazem. Uma equipe em que todos os profissionais, se é que podem assim ser chamados, esperam que alguém desponte como referência, pois acham que não vale a pena ser o primeiro. E, por fim, um grupo que quando tem a posse da bola não ergue a cabeça para fazer o passe e ir ao ataque, não é um time, mas penas um aglomerado de pessoas fadadas ao fracasso.
A classe empresarial contábil não é diferente de um time de futebol que aspira manter-se na primeira divisão do campeonato mundial de “interempresas” sedentas de bons profissionais dispostos a fazer marcação em cima, recuperar a bola, levantar a cabeça, fazer um cruzamento e ir em direção ao gol para vencer o campeonato. E também este é um campeonato que não dá para vencer individualmente.
No entanto há equipes que se contentam jogar nas divisões inferiores e só conseguem contratar profissionais inexperientes ou que nunca conseguiram despontar. Quando um profissional joga e pensa diferente e tenta mostrar aos colegas que há necessidade de formar um grupo de verdade, logo é colocado à venda para render um pouquinho de dinheiro.
Se algo parecido ao exposto acima está acontecendo em sua vida ou empresa então é o momento de refletir:
• Faço o serviço de qualquer jeito, pois não vejo empenho dos meus colegas?
• O valor que recebo é pouco, então presto serviços da mesma forma?
• Já trabalhei muito pela classe contábil, mas vejo que não valeu o esforço?
• Não participo de congressos e cursos, pois sempre dizem as mesmas coisas?
• Não vale investir na empresa, pois os concorrentes destroem o mercado com honorários ínfimos?
• Estou cansado de propor ideias, pois ninguém as aceita?
• Agora só penso em mim!
Essas conclusões são importantes para destruir sonhos, profissionais, empresas e a classe. Nunca podemos parar de lutar, de propor, de buscar e de fazer, pois esta é a chama que arde verdadeiramente e consegue coisas inéditas, mesmo que demore um pouco mais. Já imaginou se Nelson Mandela, que ficou preso por 26 anos, tivesse desistido?
A estória conta que dois empresários se encontravam diariamente no barzinho para tomar café e reclamar da vida. Até que João começou a dizer que tudo passou a melhorar e isto aconteceu quando comprou um cavalo branco. Diariamente, enquanto Pedro reclamava, João alegremente falava de coisas boas, de acordar e ver o seu cavalo branco, de voltar do trabalho e tornar a ver o cavalo branco que servia de inspiração. Certo dia, Pedro disse que queria comprar este cavalo branco, mas João não aceitou vender, pois acreditava que era o seu amuleto da sorte. Após muita insistência e com uma oferta generosa, João resolveu vender o cavalo branco a Pedro. Alguns dias depois Pedro chegou ao café e disse não aguentar mais, pois o cavalo branco não o deixava dormir, havia estragado a horta, comia demais etc. Então João disse: fale baixo senão você não conseguirá vender o cavalo branco.
Precisamos lutar firmemente contra os maus profissionais, mas, mais do que isso, divulgar com muito entusiasmo tudo aquilo que a classe contábil tem de positivo - e que não é pouco. Especialmente porque esta é a profissão que garante o nosso presente e deverá ser ela que também ajudará o nosso futuro.
Tags: contador, profissão, empenho, honorários
segunda-feira, 24 de março de 2014
A CRISE DA ÉTICA NA SOCIEDADE E O PROFISSIONAL CONTÁBIL
Normas
de respeito mútuo permitem ao ser humano, individualista por natureza, conviver
em harmonia com os semelhantes em benefício de todos – colegas, clientes e sociedade.
O
que, à primeira leitura, parece exagero, mostra-se cada vez mais em inúmeros
exemplos e diferentes áreas de uma sociedade corrompida e corruptora. Será a
ética, e somente ela, a ferramenta capaz de mudar este cenário sombrio.
Para
Vasques (1999), ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens
em sociedade. As normas devem ser criadas pela maioria da categoria e a
finalidade é reger a conduta para atingir a perfeição do ser humano.
A
sociedade atual passa por profunda crise moral e o profissional contábil deve
aproveitar o momento para conquistar a admiração social pela conduta exemplar,
por meio do zelo, sigilo, competência, prudência, humildade e imparcialidade.
A Resolução
803/1996 e o livro “Abordagens Éticas para o Profissional da Contabilidade”, de
2003, publicados pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), descrevem, com
maestria, os princípios básicos e as práticas que devem conduzir a atuação do
bom profissional contábil.
Observa-se,
com certa frequência, o desrespeito ao código de ética profissional, rasgado
sem pudores quando se trata de necessidade ou ganância financeira, realidade
que parece justificar a execução incompleta ou a desonestidade nas informações
apresentadas a terceiros. Esta prática prejudica os colegas, a sociedade, o
cliente – na maioria das vezes – e o próprio profissional que vendeu a sua
integridade e acaba sendo desvalorizado.
O
profissional que cobra valores muito inferiores à média dos colegas terá
dificuldades para entregar o serviço contratado e, mais ainda, não conseguirá
manter-se atualizado por falta de tempo, pois trabalhará muito mais para
conquistar o mínimo para a subsistência e ainda assim ficará sem dinheiro para
investir em si mesmo.
Acesse
o link http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2013/01/livro_abord_etica-pdf.pdf e leia
atentamente o livro publicado pelo CFC a respeito da ética profissional na
contabilidade.
E
lembre-se: com ética, todos ganham!
Tags: Ética, contabilidade, contador,
honorário, normas.
segunda-feira, 17 de março de 2014
Serviços contábeis de graça não tem qualquer valor para o cliente
Resumo: Clientes de empresas contábeis costumam ser fieis e
pagam mensalidade. Ainda assim, muitos serviços são prestados sem que seja
cobrado qualquer valor.
Tags: valorização, honorário, cobrança, acessórios,
precificar.
Descrição:
Os serviços que servem de base para a cobrança do honorário
mensal, normalmente detalhados no contrato de prestação de serviços, são o
processamento da folha de pagamento, escrita fiscal e contábil, apuração dos
tributos e orientações legais.
Além dos serviços básicos contratados, muitas empresas
contábeis vão além e ofertam consultorias, pesquisas, auditorias, contratos,
legalização de empresas, declaração do imposto de renda etc. Além de satisfazer
o cliente, estes serviços também agregam valor ao profissional e maximizam o
seu faturamento.
Um colega tem um cliente, cuja empresa é optante pelo
regime do Simples Nacional, com faturamento mensal de R$ 100 mil e oito
colaboradores. Ele contou-me sobre o seu contador, profissional que conhece há
mais de 15 anos, a quem paga um salário mínimo mensal (inclusos os serviços
acessórios e sem 13º honorário). Segundo o colega, o contador transmite muita
confiabilidade e a sua principal característica é a transparência.
Ele também me contou que na recente negociação para
aquisição de outra empresa o contador foi muito importante na decisão e que,
seguramente, o contador investiu mais que vinte horas neste trabalho sem cobrar
nenhum centavo. O cliente afirmou que não pagou porque não foi cobrado, mas
reconheceu que o serviço foi essencial, razão pela qual estaria disposto a
remunerar ao menos R$ 1.000 por ele.
O que leva o profissional a deixar de cobrar por um serviço
prestado, especialmente quando o cliente ficou satisfeito? Procurei buscar as
possíveis respostas para esta pergunta:
* medo de perder o
cliente;
* fazer
"média" com o cliente para conquistar um serviço com maior
rentabilidade;
* desconhecimento
de técnicas para informar o preço;
* considera que o
mais importante é atender o cliente e não a cobrança;
* é amigo e está
com dificuldades financeiras;
* já recebeu muita
ajuda gratuita, então deseja retribuir;
* não sabe dizer
quanto o serviço vale;
* quando tenta
cobrar ouve do cliente que é muito "dinheirista"
Se a estratégia de precificação que você, colega contador,
está adotando lhe traz o retorno almejado, então meus parabéns. Se você está
insatisfeito com o seu sucesso financeiro, mas tem contribuído para que seus
clientes cresçam cada vez mais, seu trabalho tem valor. No entanto, é
necessário rever a sua estratégia de precificação. É possível que o seu cliente
enxergue valor no seu trabalho, mas só irá pagar se a conta for apresentada.
Pense nisso e lutemos pela valorização da classe contábil,
assim teremos condições de investir mais em nós mesmos e prestar um serviço
ainda melhor.
Gilmar Duarte é empresário contábil, palestrante e autor do
livro "Honorários Contábeis: uma solução baseada no estudo do tempo aplicado".
segunda-feira, 10 de março de 2014
A dura tarefa de definir o valor do honorário contábil
A
garantia do sucesso empresarial certamente passa pela habilidade e conhecimento
das técnicas da precificação.
Atribuir
valor aos serviços de contabilidade é uma tarefa tão difícil quanto precificar
qualquer outro serviço ou mercadoria. Sabemos que alguns setores da economia já
desenvolveram metodologias que contribuem significativamente para tornar a
tarefa menos árdua, mas ela continua dando muito trabalho.
Este
know-how deve ser desenvolvido desde
cedo para que se torne uma atividade corriqueira e não um martírio, como é
rotina para muitos profissionais. Tenho observado, e também contribuído, com
muita alegria, com alunos do curso de Ciências Contábeis de todo o Brasil que estão
tratando da precificação dos serviços contábeis em seus trabalhos de conclusão
de curso (TCC). Conhecer este desafio com antecedência é oportuno para se
preparar de forma correta, pois mais tarde o tempo e a energia para o
aperfeiçoamento poderão faltar.
Para
formar o preço de venda devemos optar por um dos três enfoques descritos
abaixo, mas alternativamente e com maior precisão os três podem ser aplicados conjuntamente:
custo, concorrência e valor percebido pelo cliente. Explico de forma bastante condensada
o conceito de cada um deles.
Custo: quando se considera
apenas os custos envolvidos e acresce a margem de lucro esperada. Isto pode garantir
o lucro, mas não a venda;
Concorrência: para definir o
preço de venda leva em consideração apenas o valor praticado pela concorrência.
É o método mais simples, de baixo custo e exige pouco tempo. Assegura a venda,
mas o lucro é desconhecido;
Valor
percebido pelo cliente: busca-se identificar os valores que o cliente
enxerga e reconhece no serviço. Com base nesta informação é que se define o preço
de venda. É a metodologia mais complexa, exige muito tempo e é difícil de ser
implantada, mas certamente é a que pode apresentar melhor retorno financeiro,
acompanhado da satisfação do cliente.
Mas
afinal, qual é o melhor e mais seguro dos três enfoques? Qualquer um deles aplicado
individualmente não garantirá excelentes vendas e lucratividade. Portanto,
aplique os três conceitos conjuntamente e o resultado surgirá com maior
segurança.
Tags: precificar, enfoque, honorário. contador
terça-feira, 4 de março de 2014
Mortalidade precoce das empresas: o problema também é nosso
O
índice de mortalidade das empresas, clientes das organizações contábeis, ainda
é altíssimo, o que é muito ruim para ambos. Conhecendo as estatísticas, o contador
terá melhores condições de assessorar seu cliente e tê-lo por mais tempo em sua
carteira.
A
mortalidade precoce das empresas sempre foi objeto de estudos no mundo inteiro.
O Brasil, especialmente por meio do Serviço Brasileiro de Apoio
às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), tem desenvolvido estudos para
compreender o fenômeno e capacitar os empresários a fim de aumentar a vida das empresas,
consequentemente evitando o desperdício de tanto investimento.
No
final do século XX as manchetes sobre mortalidade das empresas apontavam
números surpreendentes. “97% das empresas encerram suas atividade nos primeiros
cinco anos” (Revista Veja 31/03/1999); “58% das empresas fecham as portas
prematuramente” (Folha do CRC/PR – junho/2013). Em julho de 2013 o Sebrae
publicou novo resultado da pesquisa “Sobrevivências das Empresas no Brasil –
Coleção Estudos de Pesquisa”, efetuada com base nos dados da Receita Federal. O
trabalho comparou a sobrevivência das empresas constituídas entre os anos de 2005
a 2007 e indicou números bastante melhores, mas infelizmente a média da
mortalidade de empresas com apenas dois anos de vida ainda é de 24,4%.
Vejam
alguns números extraídos da pesquisa acima citada, ou seja, de empresas que
sobreviveram a dois anos da sua constituição:
Constituição Sobrevivência
2005 73,6%
2006 75,1%
2007 75,6%
A
análise por setor demonstra que as empresas de serviços são as que morrem mais
cedo:
Setor Sobrevivência
Indústria 79,9%
Comércio com 77,7%
Construção com 72,5%
Serviços com 72,2%
A
região Sudeste tem a maior taxa de sobrevivência:
Região Sobrevivência
Sudeste 78,2%
Sul 75,3%
Centro-oeste 74,0%
Nordeste 71,3%
Norte 68,9%
De
acordo com a classificação do Sebrae “Atividades jurídicas, de contabilidade e
de auditoria”, a taxa de sobrevivência das empresas de contabilidade constituídas
em 2007 (5.073) foi de 77%.
A
Pesquisa Nacional das Empresas Contábeis (PNEC), que teve início no segundo
semestre de 2013 e será finalizada em março de 2014, apurou que a média de vida
das quase 200 empresas que responderam ao questionário é de 13,7 anos. 20% delas
tem mais de 30 anos.
Na
avaliação de Luiz Barretto, presidente do Sebrae, o resultado recorde se deve a
três fatores: legislação favorável, aumento da escolaridade dos empreendedores
e mercado fortalecido, principalmente devido ao aumento de renda da população
brasileira.
As
empresas de contabilidade têm sido fortes aliadas do governo para garantir
maior sobrevivência das empresas no Brasil. Portanto, quanto melhor preparada
estiver a empresa contábil, mais condição terá de assessorar seus clientes e
garantir que estes permaneçam em sua carteira por muitos anos ainda.
A
PNEC já conta com a participação de empresas de 24 Estados e agora convoco os
empresários contábeis que ainda não participaram para se juntar e fortalecer
esta pesquisa. Aos que já contribuíram peço que a indiquem aos colegas. Acesse
o link goo.gl/o5A2Ro (cole em seu
navegador da Internet).
Tags: PNEC, pesquisa, contador, empresa, mortalidade, sobrevivência, Sebrae
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