quinta-feira, 30 de maio de 2013

A responsabilidade civil provocará uma “peneirada” nas empresas contábeis

Resumo: O Código Civil imputou ao contador responsabilidades significativas e é necessário ficar atento para evitar que o seu império, construído com muito trabalho e economia, seja dizimado.

Normalmente, os clientes não levam em consideração a qualidade dos serviços prestados pela empresa contábil, tratando os mesmos como commodities, o que os deixa na incerteza de serem restituídos em caso de eventual prejuízo. Para que o cliente se certifique de que o contador possui capacidade de arcar com os prejuízos causados é preciso, primeiramente, estimar a possível extensão do dano e garantir que o profissional contratou seguro de responsabilidade civil e/ou tenha patrimônio equivalente e disponível.

De acordo com o Código Civil Brasileiro, a responsabilidade civil poderá ser atribuída por culpa ou dolo. Há culpa quando as regras básicas do desempenho das atividades não são observadas, resultando em negligência, imperícia ou imprudência. Dolo é a vontade de obter resultado, mesmo sabendo que causará prejuízos a outrem (clientes, fisco, fornecedor ou sociedade).

Segundo o psiquiatra forense Guido Arturo Palomba, para que alguém seja responsabilizado civil ou penalmente são necessárias três condições básicas: ter praticado o delito; ter tido, à época, entendimento do caráter criminoso da ação e ter sido livre para escolher entre praticar e não praticar a ação.

Citamos algumas responsabilidades que podem ser imputados ao contador devido a: declarações falsas; balanço “arquitetado” para atender imposição do cliente ou pela falta de atenção na conferência; falta ou erro na entrega de obrigações acessórias; erro na apuração de tributos; conivência na sonegação de tributos pelo cliente; orientação equivocada ao cliente etc.

Provada a culpa ou o dolo, o contador deverá reparar o prejuízo causado, mas sabemos que nem sempre ele possuiu condições financeiras para tal. Então a pergunta que deixa qualquer um perplexo é: como garantir que o cliente não seja prejudicado e que o império do contabilista, pequeno ou grande, não seja dilapidado?

Para minimizar o risco de o empresário contábil ver-se aniquilado é necessário tomar algumas precauções. Chamamos a atenção para as seguintes:
*assinar, com o cliente, contrato que defina com clareza as responsabilidades de cada um;
* manter rigoroso sistema de protocolo das informações enviadas aos clientes e aos órgãos públicos;
* contratar seguro de responsabilidade civil;
* aplicar percentual na definição do honorário para cobrir eventuais prejuízos. Esta parcela deverá ser mantida em aplicação separada, para atender a finalidade específica.


Nos bastidores, informações não oficiais dão conta que, nos próximos cinco anos, 40% das empresas contábeis fecharão suas portas por falta de capacidade na prestação de serviços devido ao alto grau de exigências. Aos que prestam serviços de qualidade por estarem atualizados e praticarem honorários justos, é uma boa notícia.

Tags: seguro, honorário justo, responsabilidade, código civil.

domingo, 19 de maio de 2013

A descoberta do sonho coletivo dos empresários contábeis


“Sem sonhos,(...) as pedras no caminho se tornam montanhas (...).
Mas se você tiver grandes sonhos, (...) seus desafios produzirão oportunidades.”
Augusto Cury

O sonho é o combustível que impulsiona as pessoas para atingir objetivos que parecem impossíveis. A inexistência de sonhos desmotiva e conduz ao fracasso pessoal e comercial. Desde criança fui considerado um sonhador. Confesso que, algumas vezes, esta qualidade me pareceu um erro, mas depois tive certeza da sua importância, pois as pessoas que têm grandes sonhos e correm atrás para transformá-los em realidade são as que obtêm destaque. A título de ilustração podemos citar os renomados sonhadores Alberto Santos Dumont, inventor do avião, Thomas Edison, inventor da lâmpada elétrica, Steve Jobs, criador do computador pessoal e Nelson Mandela, líder contra o regime de segregação racial sul-africano (apartheid), que conquistaram o reconhecimento do mundo.

Quando enxerguei que a conquista da valorização profissional depende das conquistas da classe engajei-me e passei a lutar pela união e conscientização. A classe empresarial contábil no Brasil é formada por 80 mil empresas que, infelizmente, trabalham de forma individualizada, na base do “cada um por si e Deus por todos”, o que provoca o caos.

Sonhar é uma necessidade de todos, mas é necessário pensar e traçar estratégias de foram coletiva a fim de alcançar a realização com maior lucidez, respeito aos colegas e com aplicação do menor esforço possível. O sonho coletivo é aquele que decidimos compartilhar e adequar ao sonho de outras pessoas com as quais temos afinidades. O empresário que sonha escreve o futuro da empresa que dirige.

A maior luta das classes é pela valorização, especialmente pela busca da remuneração justa, aquela que recompensa todo o esforço aplicado na formação profissional e que permite oferecer condições dignas às pessoas que amamos.

É nesta luta pela remuneração justa que participo ativamente na Comissão de Precificação dos Serviços Contábeis (Copsec), na qual buscamos desenvolver formas para aprimorar a gestão das empresas contábeis que permitam conhecer e controlar todos os custos envolvidos para proporcionar condições da remuneração digna.

Desenvolver metodologias para facilitar a gestão profissional ao empresário contábil é vital, mas devem ser complementadas com a divulgação. Temos realizado diversas palestras em universidades e associações de empresários contábeis apresentando métodos que permitirão a valorização. Os principais pontos para os quais chamamos a atenção são:
                * proprietários de empresas contábeis devem atuar como empresários e não como operários;
*o cálculo do valor do honorário deve tomar por base os custos e o valor percebido pelo cliente, e não apenas a concorrência;
*adoção do controle do tempo, indispensável à precificação;
*participar de treinamentos para gestores e não apenas os de execução de tarefas operacionais (DIRPJ, SPED, NFe etc.);
*adoção de softwares para a gestão dos clientes e colaboradores;
*valorizar-se, respeitando a classe e praticando preços com lucro justo;
*investir em marketing pessoal para melhorar a imagem profissional.

Um sonho sonhado coletivamente é mais fácil de tornar-se realidade.


Tags: sonho, metodologia, divulgação, valorização, empresário contábil, precificar, sonho

domingo, 12 de maio de 2013

Empresário contábil: aumente o faturamento com a prestação de serviços acessórios


Aumentar o faturamento com lucratividade é a meta de todo empresário. Muitas vezes se busca o crescimento com a ampliação de clientes e esquece-se de ofertar novos serviços aos que já fazem parte da carteira.

A prestação dos serviços contábeis deve ser precedida do contrato. Assim também determina a resolução nº 987/2003 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Neste pacto todas as regras que regerão o relacionamento comercial devem ser claramente relatadas e aqui quero destacar a importância da descrição detalhada dos serviços que compõe o honorário pré-estabelecido. Quando se oferta serviços a um prospect deve ficar claro aqueles que serão executados, sem que haja a cobrança adicional. No momento da assinatura do contrato é fundamental incentivar ao cliente para lê-lo integralmente, para que fique incontestável e transparente os serviços pactuados.

Algumas empresas contábeis cobram acessoriamente serviços que já não podem mais ser assim designados e gera objeções por parte do cliente, pois o honorário apresenta distorções significativas de um mês para o outro. Fica a sugestão para incluir no honorário fixo o valor dos serviços para cumprir as obrigações da DCTF, DACON, IRPJ, RAIS e DFC. Esta prática fará com que o cliente tenha doze parcelas anuais fixas, tornando-o mais satisfeito. Calcule o valor para desempenhar estas obrigações, divida por doze e proponha ao cliente para adicionar ao honorário. O mesmo procedimento poderá ser feito com a cobrança do 13º honorário.

As empresas do mundo inteiro desejam maximizar o faturamento e para isto buscam atender outras necessidades do cliente, além das mercadorias e serviços que tradicionalmente oferta. Podemos citar a título de exemplo os postos de combustíveis que além de vender o combustível, serviços de borracharia, troca de óleo e acessórios para os veículos, agora dispõem da loja de conveniência. As farmácias aumentam expressivamente o faturamento com tantas mercadorias além do tradicional remédio. Os supermercados distribuem ao longo dos corredores, inclusive no caixa, uma infinidade de mercadorias que poderão a atender mais necessidades do cliente.

As empresas prestadoras de serviços de contabilidade devem se preparar e oferecer outros serviços com o objetivo de prover melhor o seu cliente e naturalmente maximizar o faturamento da empresa. Estes serviços são batizados de acessórios, ou seja, aqueles que não fazem parte do contrato, mas que a empresa contábil está preparada para executar com eficiência. Ao final deste artigo apresento uma relação com alguns serviços que poderão incrementar o faturamento.

Certamente todas as empresas de contabilidade já executam os serviços acessórios, porém nem todas sabem como fazer para cobrar, especialmente devido ao medo de perder o cliente. Com esta prática a rentabilidade cai, pois necessita de mão de obra para a realização das tarefas. Experimente calcular quanto tempo foi consumido num mês para realizar tarefas acessórias e que não estão sendo cobradas.

Quando o cliente solicitar um serviço acessório ou você ofertar, sempre informe que contrato não ampara, porem está preparado para oferecer e informe o valor. Naturalmente o cliente sempre deseja pagar o menor valor possível. Veja como exemplo que quando vamos ao açougue comprar 5 kg de alcatra e pedirmos adicionalmente 500g de linguicinha, certamente será cobrado. Deveria ser diferente em uma empresa prestadora de serviços de contabilidade?
Segue a relação com alguns serviços que toda empresa de contabilidade pode oferecer e desta forma maximizar o faturamento, a lucratividade e ainda satisfazer o cliente:

                Projetos financeiros;
                Análise de viabilidade de um novo negócio;
                Constituição e alteração de sociedades;
                Emissão de certidões;
                Declaração Comprobatória de Percepção de Rendimentos (Decore);
                Recalculo de tributos;
                Retrabalho devido a erro de informação for do cliente;
                Parcelamento de tributos;
                Consultoria;
                Acompanhamento para homologação da rescisão do contrato de trabalho;
                Elaboração de contratos;
                Preparação de documentos para a participação em licitações;
                Preenchimento de cadastros para instituições financeiras e fornecedores;
                Acompanhar e levantar informações para auditorias e consultorias de clientes;
                Acompanhar procedimentos de fiscalização;
                Calcular o lucro imobiliário para o recolhimento do imposto;
                Treinamentos e cursos para funcionários do cliente;
                Acompanhar o cliente em reuniões com o advogado, fiscal etc.;
                Cadastro Específico do INSS (CEI) para construção civil;
                Pedido de restituição de tributos pagos indevidamente;
                Atualização cadastral junto ao Serasa;
                Preenchimento de relatórios a pedido do IBGE (PAC, PAIC, PAS, PIA etc.).
               
Não basta prestar outros serviços que não integram o contrato, mas é necessário cobrar. Antes de executar informe que você poderá prestar o serviço e o valor.

Tags: assessório, honorário, serviços, contabilidade

Gilmar Duarte da Silva é empresário contábil, palestrante e autor do livro "Honorários contábeis. Uma solução baseada no estudo do tempo aplicado".
12/05/2013

domingo, 5 de maio de 2013


A tecnologia a serviço do empresário eficaz

Muitas tecnologias que proporcionam alto rendimento no dia a dia das empresas de contabilidade continuam sendo subutilizadas, mas o empresário habilidoso investe tempo para conhecê-las.

A constante evolução tecnológica, especialmente das últimas décadas, tem trazido grandes mudanças que impactam nossas vidas. Algumas delas certamente são pouco benéficas para o aprimoramento do relacionamento humano, que às vezes torna-se frio. No entanto, sabemos que toda inovação pode ter dois lados, positivo e negativo. O pai da aviação Alberto Santos Dumont criou o avião para proporcionar conforto e rapidez nos deslocamentos, mas o mesmo foi utilizado também para matar pessoas.

A Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) é o conjunto dos recursos tecnológicos que interferem e mediam os processos de informações e comunicações dos seres. A sua adoção para realizar tarefas poderá trazer grandes benefícios, dentre os quais destacamos a velocidade, que gera redução do tempo aplicado nas tarefas e, consequentemente, redução dos custos, possibilitando a oferta de serviços a preços mais baixos com aumento da lucratividade.

O empresário contábil, muitas vezes assoberbado com tarefas operacionais, deve ocupar-se da identificação de meios tecnológicos que irão favorecer a sua empresa na execução dos serviços com padrões de qualidade e agilidade. Participar de eventos, destinar tempo para conhecer novos softwares e envolver-se em cursos para aumentar as habilidades tecnológicas são atitudes que fatalmente irão reverter em mais lucro do que executar serviços que podem ser delegados para colaboradores capacitados.

Nesta semana observei um colaborador preocupado com uma tarefa solicitada por um cliente. O administrador de uma empresa com 30 funcionários solicitou que mensalmente seja feita uma simulação da rescisão contratual de todos os colaboradores, inclusive com o aviso-prévio indenizado e a multa do FGTS, tarefa que estava consumindo quatro horas semanais. Sentei com ele e procurei entender a necessidade do cliente. Descobrimos que a simulação continuará sendo feita nos próximos seis meses e que o nível de precisão pode variar até 10%, para mais ou para menos. Juntos, desenvolvemos uma planilha eletrônica que consumiu 15 minutos e mais 30 minutos para o preenchimento. A partir de agora, a previsão para o cliente será feita em cinco minutos.

O investimento em novas tecnologias não é barato, mas se confrontado com o tempo gasto para realizar a mesma tarefa com a adoção de ferramentas ultrapassadas, o custo benefício da maioria das novas tecnologias é recompensador. Não espere todos os seus concorrentes passarem a utilizar as novas tecnologias para começar, pois poderá ser tarde demais.

Treine seus colaboradores para pensar cada vez mais, especialmente para encontrar problemas. Sim, isto mesmo. Encontrar problemas é importante para revelar rotinas defeituosas ou que necessitam de muito esforço para serem cumpridas. Encontrado o problema é a vez de pensar e identificar uma estratégia que elimine o esforço exagerado aplicado na tarefa. A estratégia normalmente é encontrada com a adoção das diversas novas tecnologias disponíveis no mercado e que talvez você ainda não conheça.

A TIC não é um fim, mas um meio para modernizar o relacionamento e diminuir o tempo de resposta aos clientes. Lembre-se que estamos vivendo a era digital e as empresas contábeis necessitam ser competitivas para sobreviverem.

Tags: tecnologia, TIC, digital, tempo, contabilidade, software