domingo, 27 de maio de 2012

Qual é o futuro da minha profissão?


Resumo: A velocidade com que o mundo está se transformando gera insegurança aos profissionais que tanto investiram na preparação, pois poderá ver-se incapacitado para o trabalho.

Tags: Tecnologia, profissão, futuro, espaço.

Descrição:
Sentir satisfação ao desempenhar uma atividade bem reconhecida e que oportuniza o sustento familiar com o conforto desejado é a meta de todo bom profissional.

No passado, quando se acertava a profissão logo no início a chance de ter um futuro tranquilo era maior. Será que hoje em dia, com o crescente avanço tecnológico, é possível sentir a mesma segurança? A profissão que atualmente desenvolvo continuará tendo espaço no futuro?

Meu pai aprendeu o ofício de ferreiro e com ela possibilitou o sustento da família de oito filhos. Depois de 20 anos desempenhando com muita maestria aquilo que mais sabia fazer, o "Nelsinho Ferreiro", como todos o chamavam, percebeu que a atividade estava desaparecendo e que havia chegado a hora de mudar para continuar obtendo a renda desejada. Decidiu adquirir um caminhão e passou a ser caminhoneiro. Antes forjava ferro e depois transportava as riquezas do Brasil.

A velocidade das mudanças proporcionada pela tecnologia tem sido cada vez maior. É preciso estar atento e aprimorar habilidades, incrementar novos conhecimentos e utilizar ferramentas atuais para permanecer na profissão, da qual o futuro vai exigir – obrigatoriamente - maior rapidez, qualidade e redução nos custos.

Quantas vezes já se disse que esta ou aquela profissão deixará de existir no futuro? Recentemente, em um evento institucional, um palestrante de renome nacional afirmou que a profissão contábil será extinta em poucos anos. Após refletir bastante reconheci que ele está certo e errado. Da forma que é desempenhada hoje em dia, não tenho dúvidas de que a atividade contábil está condenada a ser varrida do mercado, da mesma maneira que os guarda-livros do início do século XIX ficaram apenas na lembrança.

A profissão contábil não deixará de existir. Ao contrário, ganhará importância cada vez maior. Para atingir os objetivos de ser competitiva, ganhar mais espaço, obter lucro e crescer as empresas necessitam de informações confiáveis e velozes sobre custos, preço de venda, rentabilidade, fluxo de caixa, etc, e o empresário contábil é o profissional que contribui significativamente na geração de informações.

Ajustes de rotas provocados pelo passar do tempo e advento de novas tecnologias são obrigatórios. O futuro será generoso com quem estiver disposto a se adequar aos novos tempos. 

domingo, 20 de maio de 2012

Preço de venda e concorrência – aliados ou inimigos?


Empresas de pequeno, médio ou grande porte que atuam na prestação de serviços ou na comercialização de produtos têm o lucro como objetivo final.

O estabelecimento de metas, a responsabilidade socioambiental, o compromisso com a qualidade do serviço/produto oferecido fazem parte do conjunto de ações adotadas com esse fim. A lucratividade possibilita remunerar melhor os colaboradores e sócios, além de investir na empresa e na sociedade. Para tanto é necessário que todas as ações aplicadas sejam muito claras.

Determinar o preço a ser cobrado pelo produto/serviço – precificação – é um dos alicerces de qualquer empresa. No entanto, esta arte secular ainda é pouco conhecida por grande parcela dos empresários.

Temos duas suspeitas que podem explicar esse vazio. A primeira envolve a matemática necessária às contas para chegar ao valor adequado. Assustados com a quantidade de números, muitos empresários preferem relegar esta importantíssima tarefa a um colaborador que muitas vezes carece do conhecimento necessário ou não dispõe de poder para a tomada de decisões.

A segunda é de ordem prática, mas equivocada. O empresário opta por não investir neste departamento e decide, cegamente, aplicar o preço da concorrência. Esta prática, infelizmente, é mais comum do que imaginamos.

Em algumas áreas, como a contábil – digo com segurança porque assim foi feito em meu escritório de contabilidade durante certo tempo –, na ausência de critérios capazes de apresentar dados reais de custo para determinar o preço de venda simplesmente aplica-se o preço da concorrência.

Diante disso surge o questionamento: como determinar a margem real de um produto ou serviço se o preço de venda é definido pela concorrência?

Você sabe dizer qual é a margem de lucro do produto ou serviço que comercializa? E o lucro que cada cliente lhe proporciona?

Espero que tenha resposta para este último, do contrário arrisco o palpite de que você está tendo grandes dificuldades para bem gerir sua empresa. Se a resposta lhe faltou, não se preocupe. Muitos dos seus concorrentes estão nesta mesma situação.

Minha sugestão é para ganhar tempo. Invista em você mesmo para conhecer melhor esta arte. Busque conhecimentos, aprenda a manusear novas ferramentas e pare de sofrer para ganhar dinheiro. E bom trabalho, porque este será abundante. Como bem nos lembra o físico Albert Einstein, o único lugar aonde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.

Autor: Gilmar Duarte (20/03/12)

domingo, 13 de maio de 2012

Qual é o valor jurídico da digitalização dos documentos?


As tecnologias, nas mais diversas áreas, têm evoluído significativamente - algumas vezes até assustadoramente – no sentido de proporcionar mais segurança, conforto, agilidade e redução dos custos.

Em alguns setores as novas tecnologias têm sido muito mal aproveitadas, o que talvez demonstre falta de criatividade. A digitalização dos documentos, por exemplo. Algumas empresas começam a se especializar na prestação desse serviço, que ainda é muito pouco utilizado.

Mas o que é a digitalização de documentos? Em palavras simples, digitalizar é copiar ou "escanear" um documento para guardá-lo em meio digital, ou seja, no computador.

De posse do conhecimento desse recurso, muitas empresas pedem orientação ao contador para que todos os documentos sejam digitalizados. A iniciativa é louvável, pois há bons motivos para armazenar informações em meio digital. Vejamos alguns:
*facilita o acesso às informações;
*reduz o custo de armazenamento;
*garante maior segurança aos documentos, acessados apenas digitalmente;
*permite o intercâmbio do acervo.

Então surge a dúvida: os documentos digitalizados têm valor jurídico perante terceiros, como
órgãos fiscalizadores, a justiça e demais interessados?

Já em 1968, a Lei 5.433 instituiu a microfilmagem através de um processo de digitalização em filmes negativos, de custo muito alto e praticidade zero. Também na área contábil, uma lei de 2007 dá valor jurídico à impressão digital de alguns livros, mas infelizmente ainda não a qualquer documento digitalizado, tal como recibo de pagamento e outros assinados pelos funcionários, comprovante de recolhimento de tributos, notas fiscais - exceto a eletrônica - recibos e duplicatas pagas, entre outros.

Deputados federais e senadores apresentaram alguns projetos de lei (PL 1532/1999, PLS 146/2007, PLC 11/2007 e 23/2010) com o fim de criar normas para a digitalização de documentos que possuam validade e eficácia jurídica, bem como regras para empresas e cartórios credenciados por órgãos governamentais a prestar este serviço.

Nenhum deles ainda foi aprovado, mas o tema está na pauta das lideranças políticas, dada a sua importância. A aplicação de regras definidas em lei é questão de tempo. Acredito que em poucos anos teremos à disposição mais uma excelente tecnologia que poderá ser aproveitada em sua plenitude e contribuir de forma significativa com a segurança, o conforto, a agilidade e a redução dos custos.

Por enquanto continuamos digitalizando todos os documentos para garantir maior agilidade ao nosso dia a dia, sempre preservando a via original, para posterior comprovação de eficácia jurídica quando for o caso.

Autor: Gilmar Duarte

domingo, 6 de maio de 2012

A importância da tabela de preço



A precificação dos serviços pela adoção de uma tabela não é invento ou prática exclusiva da classe contábil. Sabemos que essa aplicação é adotada nos mais diversos ramos de atividade. A definição do preço pelo simples enquadramento em parâmetros preestabelecidos é bastante cômoda e prática, e a tendência é fazer uso do que já está pronto para simplificar e tornar ágil essa tarefa.
Uma pesquisa feita na internet comparou as propostas para determinar o valor dos serviços contábeis. A pesquisa limitou-se aos primeiros seis sites com apresentação de tabela e tomou como base uma empresa com a seguinte configuração:

Microempresa
  • Faturamento mensal de R$ 150 mil
  • 7 funcionários
  • 400 lançamentos contábeis
  • 100 lançamentos fiscais

Após compor o valor de acordo com a proposta de cada tabela na formação do honorário mensal para a manutenção da contabilidade, escrita fiscal e folha de pagamento foram encontrados os valores de R$ 298, 00 - o menor -, e R$ 1.632,99, o maior. É possível observar a diferença gritante de 448% entre as duas mensalidades. Acredito que um dos dois valores não condiz com a realidade, o que leva a crer que o empresário deve ter muita dificuldade para tomar decisões baseados neste cenário confuso de significativa distorção.
            A pesquisa também comparou o valor proposto para outros serviços. Abaixo, um resumo com os menores e maiores valores, bem como a variação percentual:

Serviço                                   valor menor       valor maior          variação
DCTF                                               68,08                   87,32               28%
Dacon                                               87,32                 136,16               56%
Alteração contratual                         709,06              1.245,00               76%
Constituição de empresa                  850,91              1.935,34             127%
DIRPF com desconto padrão          100,00                 457,38             357%
             
Diante do resultado apresentado pela pesquisa é possível concluir que a simples adoção de tabelas, sem a adoção de uma completa metodologia de precificação, proporciona segurança semelhante àquela sentida por um alpinista amador que pela primeira vez irá escalar o Monte Everest.

Precificar o serviço pressupõe, primeiramente, utilizar uma sistemática de custos e de formação do preço de venda, para então confrontar os resultados com propostas apresentadas em tabelas. Também é de fundamental importância participar de reuniões que aprovam esses instrumentos para conhecer a metodologia e, quem sabe, até contribuir para aprimorá-la. Atitudes como essas são essenciais para valorizar a classe com ganho real de qualidade.