terça-feira, 27 de agosto de 2013

Integração – A chave das inovações e mudanças nas empresas contábeis

Entre os dias 21 e 23 de agosto foi realizada a 15ª Convenção Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Conescap), em Gramado, no Rio Grande do Sul. O evento começou com a temperatura bastante quente e terminou bem próxima de zero. O frio assusta alguns, mas na ocasião foi insuficiente para esfriar a chama do conhecimento.

A participação foi recorde. Segundo os organizadores, estiveram presentes 1.800 pessoas. Numa primeira análise o número é considerado alto, mas torna-se insignificante quando comparado com o número de empresas contábeis existentes no Brasil – corresponde a apenas 2% dos profissionais empresários.

Qual é a importância da Conescap para os empresários contábeis? Toda categoria que deseja ganhar força deve se unir para debater as dificuldades encontradas e sugerir propostas de ações. Os empresários contábeis que reclamam da desunião da classe devem aproveitar estes momentos para somar forças.

Na 15ª Conescap presenciei diversas ocasiões que proporcionaram conhecimento e lazer. A palestras abordaram temas como gestão das empresas contábeis, eSocial, certificação digital, probabilidade das pesquisas, fusões e aquisições etc. Mas destaco as duas principais: “Perspectivas da economia brasileira diante das demais economias mundiais”, proferida por Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Economia do governo de Fernando Henrique Cardoso. Com muita sabedoria, o ex-ministro nos mostrou que o Brasil não corre mais riscos de voltar à inflação com altas taxas e nem à ditadura, graças às fortes instituições nacionais. E o autor do best-seller “O Monge e o Executivo”, James Hunter, deu uma aula de simplicidade que muitos de nós precisamos. Hunter abordou amplamente a necessidade do líder servidor.

Na Conescap também teve descontração com o belíssimo show do cantor Almir Sater e o tradicional Natal Luz. Momentos culturais lavam a nossa alma, muitas vezes lógica demais.

Nos intervalos das palestras e painéis os congressistas tiveram a oportunidade de trocar informações e visitar os diversos stands que ofereceram softwares para facilitar e trazer mais eficiência na execução dos serviços aos clientes.

Os sindicatos das empresas forneceram materiais com pesquisas efetuadas em diversas regiões, informações que nos são úteis para a gestão das empresas contábeis.

Os que foram com um pouco mais de tempo ainda tiveram a oportunidade de participar dos passeios na região e conhecer um pouco da cultura que ajudou a formar a nossa nação. Vinícolas, Maria Fumaça, epopeia italiana e a gastronomia local são algumas excelentes opções.

Participar de congressos é sair da rotina, é fonte de inspiração para oxigenar a nossa mente. Fazendo isto conquistamos novos conhecimentos, novos amigos, novas ferramentas e novos tempos mais promissores.


Gilmar Duarte da Silva é empresário contábil, palestrante e autor do livro "Honorários contábeis. Uma solução baseada no estudo do tempo aplicado".

Tags: Conescap, empresas, contabilidade, Gramado, conhecimento

domingo, 18 de agosto de 2013

A importância do tempo na gestão das empresas contábeis

Os contadores sempre discutiram a gestão das empresas dos clientes, mas agora vão mais longe e desejam que suas empresas também tenham excelência na gestão, especialmente para definir o preço do serviço prestado.

A precificação dos serviços contábeis continua sendo uma tarefa que gera muita dor de cabeça. Por falta de opção ou pela dificuldade de implantar métodos eficazes, muitos colegas buscam meios mais rápidos. Independentemente do método que você utiliza, se é muito bom ou não tão bom, pergunto: você sente segurança ao definir o preço dos serviços? Você sabe se irá alcançar o lucro desejado? Você consegue aplicar este preço sem precisar dar descontos exagerados? Se a resposta for positiva para todos os questionamentos, certamente você já é um empresário de sucesso ou está no caminho certo.

Nessa semana ministrei uma palestra sobre precificação para empresários contábeis em Campo Mourão, no Paraná, e tive a grata satisfação de ouvir o testemunho de quatro participantes que já utilizam parcialmente o tempo como base para definir o preço dos serviços contábeis. Eles relataram que, no início, encontraram dificuldades, mas logo incorporaram o método na rotina das empresas e os resultados começaram a aparecer.

Peter Drucker, muito conhecido por todos nós, disse que não se gerencia o que não se pode medir. Portanto, entendo que devemos medir as tarefas executadas constantemente para conhecer todas as etapas e assim buscar a melhoria contínua.

O Conselho Regional de Contabilidade do Paraná (CRC/PR) está apoiando uma pesquisa de estudantes do curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Paraná (UFPR) que tem como meta conhecer as formas de avaliação dos custos que estão sendo aplicadas nas empresas contábeis. Iniciativas com esta devem ser aplaudidas, pois fica evidente a preocupação do CRC/PR em também contribuir com a classe empresarial contábil a fim de que amplie os investimentos na gestão das empresas e melhore os lucros auferidos.
Não canso de lembrar que o preço de venda não deve ser calculado simplesmente com base no custo, embora este seja um dos enfoques da precificação, mas também com base na concorrência e no valor percebido pelo cliente. Portanto, deixo claro que é com a utilização dos três enfoques que conseguiremos maximizar a lucratividade. Calcule o preço com base nos custo e aplique o lucro desejado; faça pesquisas de mercado para compará-lo e identifique o valor que o cliente enxerga no serviço.

Estou convicto de que o tempo é a base para determinar o preço dos serviços contábeis com enfoque no custo. Hoje em dia não podemos reclamar da dificuldade de implantar esta metodologia, pois há softwares específicos para tal, mas é claro que o esforço e a determinação continuam sendo exigências fundamentais.

Tem-se a impressão de que o controle do tempo e das tarefas exige muitas informações, o que acabará tomando muito tempo dos colaboradores e encarecendo a adoção do método. Acredite, o colaborador necessita apenas de 15 minutos por dia para registrar as seguintes informações: data, hora inicial e final, cliente, colaborador e serviço. Para os serviços é criado um cadastro, então basta informar um código, inclusive para o cliente e o colaborador.

O método foi criado e já é praticado por muitas empresas contábeis do Brasil e acreditamos que logo será uma ferramenta que ninguém mais dispensará. Como disse Albert Einstein, a falta de tempo é desculpa daqueles que perdem tempo por falta de métodos.

Gilmar Duarte da Silva é empresário contábil, palestrante e autor do livro "Honorários contábeis. Uma solução baseada no estudo do tempo aplicado".

Tags: gestão, tempo, pecificar, valor, CRC, medir, pesquisa

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

O lucro líquido ideal para as empresas de contabilidade

Quem vende um produto ou serviço deseja fazê-lo pelo maior valor possível para maximizar o lucro, sem esquecer que o cliente quer o melhor produto ou serviço pelo menor preço do mercado. Desta guerra de força deve surgir a estratégia do lucro líquido.

Uma das formas de garantir a renda financeira para o sustento é um bom emprego, mas com o passar do tempo, principalmente quando o profissional atinge a idade de 40 anos e fica desempregado, surgem muitas barreiras. Nesta situação, a busca por um novo emprego tem sido um grande pesadelo para muitas pessoas.

Outra forma – que pode ser mais segura - de conquistar a estabilidade financeira é tornar-se empresário, ainda mais se houve preparo ao longo da vida profissional. O bacharel em ciências contábeis, especialmente aquele que trabalhou algum tempo como contador, possui experiência significativa para constituir um negócio, já que a habilidade para análise e interpretação dos números de empresas é incontestável.

De acordo com o site oficial do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), no Brasil são 488.179 profissionais ativos e 81.845 empresas contábeis, o que significa que ao menos 17% constituíram empresa. Mas se considerarmos que as empresas são formadas, em média, por 2,2 sócios, conforme aponta a Pesquisa Nacional das Empresas Contábeis (PNEC), então é possível afirmar que 37% dos profissionais da contabilidade são empresários.

Uma vez como empresário, o profissional se vê cercado de muitas dúvidas. Uma delas é saber qual é o lucro líquido ideal para uma empresa de contabilidade. O primeiro passo é definir o que é o lucro líquido e claro que não desejo ensinar, pois o contador possui conhecimento suficiente. No entanto, devemos destacar dois pontos: para conhecer o lucro líquido da empresa é importante adicionar, juntamente com todos os custos e despesas, o pró-labore e o aluguel quando o imóvel pertence ao sócio. O pró-labore deve ser o valor de mercado que remunere os pelos serviços prestados.

A PNEC, que iniciou em junho e já foi respondida por muitos empresários contábeis de todo o Brasil, ficará ativa até o final deste ano. Acesse o link goo.gl/o5A2Ro para responder. Esta pesquisa mostrará como o empresário contábil atua neste mercado com tantas mudanças, além do tamanho e os principais pontos positivos e negativos. Participe.

Até o presente momento o lucro líquido médio apurado pelas empresas de contabilidade que responderam a PNEC foi de 24,27% do faturamento. Então devo aplicar este percentual ao determinar o preço de venda dos serviços contábeis da minha empresa? Apesar de considerar que se trata de um lucro líquido bom, certamente cada empresário deve ponderar os investimentos, responsabilidade e a procura pelos seus serviços para determinar este percentual.


Gilmar Duarte da Silva é empresário contábil, palestrante e autor do livro "Honorários contábeis. Uma solução baseada no estudo do tempo aplicado".

Tags: lucro, ideal, pnec, pesquisa, cfc, contador, empresário

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Compartilhe experiências e aumente o seu lucro

Compartilhar experiências com os colegas de profissão ajuda a poupar tempo e dinheiro, além de evitar erros. Este hábito, perfeitamente cabível na rotina diária e óbvio num primeiro momento, tem sido pouco aplicado na área empresarial contábil.

Na Idade Média, a maioria da população da Europa Ocidental vivia no campo. A partir do século XI, essa realidade começou a mudar com as Cruzadas até o Oriente. Aos poucos, as descobertas de novas mercadorias e a intensa atividade comercial favoreceram o desenvolvimento de diversas cidades no interior da Europa. Uma das maiores descobertas desse período talvez tenha sido a importância da união, pois os comerciantes sempre andavam em grupos como forma de proteção contra assaltantes e também para fazer melhores negócios.

Nessa última sexta-feira aconteceu mais uma reunião da Comissão de Precificação dos Serviços Contábeis (Copsec) do Sescap/PR, da qual faço parte, precedida de visitas enriquecedoras em três empresas contábeis. A Copsec foi criada após diversas reuniões feitas por um grupo de empresários com o objetivo de buscar técnicas eficientes para precificar os serviços contábeis. Como aconteceu com as Cruzadas na Europa, também a Copsec, desde 2010, visitou muitas empresas promovendo a união da classe e o compartilhamento de metodologias de precificação e gestão dos serviços contábeis.

Nas empresas que vistamos nestes dois anos destaco que muitas delas estão construindo novas instalações ou reformando a existente para oferecer melhores condições de trabalho aos colaboradores e atendimento aos clientes.

Nas visitas técnicas feitas na última quinta-feira, nas quais fomos amavelmente recebidos por proprietários e colaboradores, que apresentaram suas instalações, métodos de trabalho e números, desejo enumerar o que mais me chamou a atenção:

   *sala equipada com computador e datashow para reuniões com clientes e treinamento dos colaboradores;
   * no período mais crítico do processamento da folha de pagamento, uma das empresas, que conta com cinco colaboradores do departamento de pessoal, isola três deles para garantir maior tranquilidade, concentração e produtividade;
   *utilização de distintas formas de precificação, com evidente lucratividade;
   *métodos de premiação aos colaboradores pelo alcance de metas preestabelecidas, tais como: encerramento dos balanços e impressão dos livros; finalização dos balancetes de todos os clientes no mês seguinte; limite máximo de faltas abonadas etc.;
   *alto nível de limpeza, organização e boa estrutura de recepção.

Visite os colegas de profissão sempre que possível e permita ser visitado para a troca de informações. Isto não é espionagem, mas colaboração mútua que proporciona o crescimento de toda a classe empresarial contábil. A troca de experiências possibilita a evolução de forma mais assertiva e com menos desperdício.


Gilmar Duarte da Silva é empresário contábil, palestrante e autor do livro "Honorários contábeis. Uma solução baseada no estudo do tempo aplicado".

Tags: visita técnica, Copsec, Sescap, técnicas, experiência