segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Como conhecer a lucratividade por cliente das empresas contábeis?

A eterna angústia por não conseguir compreender ou ter a certeza da rentabilidade líquida por cliente pode ser sanada com a simples elaboração de um relatório.

A angústia por desconhecer informações precisas para a tomada de decisão pode causar enormes buracos em qualquer negócio, pois como já disse Peter Drucker, “não se gerencia o que não se pode medir.”
Para as empresas prestadoras de serviço, especialmente aquelas que praticam honorários mensais e fixos, como é o caso das empresas contábeis, o acompanhamento do desempenho financeiro que cada cliente proporciona pode ser resolvido com a adoção de um relatório que contenha as seguintes informações:
·         Cliente;
·         Tempo mensal utilizado (o ideal são 12 meses, mas ao menos 3);
·         Calcular o tempo médio utilizado nos diversos meses;
·         Honorário mensal e fixo praticado no cliente;
·         Tempo contratado (honorário fixo dividido pelo valor de venda da hora);
·         Honorário sugerido (tempo médio utilizado multiplicado pelo valor de venda da hora);
·         Lucro líquido efetivo gerado (com base no tempo médio e o honorário fixo praticado calcular o lucro líquido que o cliente está gerando).

Para isto é necessário que todo o tempo aplicado no desenvolvimento dos diversos serviços que integram o honorário fixo contratado pelo cliente seja registrado num software próprio que totalizará mensalmente de acordo com as necessidades da empresa.

A última informação - lucro líquido -, normalmente representada pela última coluna do relatório, é aquela que demonstra a necessidade, ou não, da revisão do honorário fixo. Para apurar este percentual são deduzidos todos os custos diretos e indiretos e o resultado é dividido pelo honorário fixo praticado. Por vezes ocorre que o lucro líquido fique abaixo da média, mas o honorário dentro do padrão do mercado, então é necessário investigar os motivos da necessidade de tanto tempo investido naquele cliente. Uma das ocorrências nestes casos é que o colaborador não esteja preparado para o desempenho das funções ou o software é deficiente, exigindo assim mais tempo para executar o trabalho.

            Esta metodologia funciona perfeitamente, é de fácil implantação e atende ao pensamento de Peter Drucker citado acima. James Harrington em complemento disse:

            “Se você não pode medir algo, você não pode entender.
            Se você não pode entender, você não pode controlar.

            Se você não pode controlar, você não pode melhorar.”

Tags: rentabilidade, lucro, tempo, CTpres, honorário

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Empreendedor Contábil: Você Conhece o Perfil do Setor em que está Atuando


As empresas contábeis, assim como as de qualquer outro ramo, crescem à medida que compartilham informações. Essa troca é mais frequente em conversas com pessoas próximas, mas devemos ampliar este leque.


Quando surge o interesse de trabalhar num determinado ramo de atividade, a premissa é conhecê-lo com profundidade e buscar a maior quantidade informações para saber se é isso mesmo o desejado, bem como se é lucrativo o suficiente para atender as necessidades. Aventureiros normalmente se dão mal e jogam fora tempo e dinheiro.

Buscar informações acerca do mercado, observar como o concorrente atua e o que o cliente deseja não devem findar com a constituição da empresa, mas sim fazer parte da rotina profissional, pois a evolução das atividades é permanente. Hoje, a certeza que temos é que tudo muda muito rapidamente.

Foi pensando nessa necessidade que, em 2013, decidimos pelo desenvolvimento de uma pesquisa no meio empresarial contábil, batizada de Pesquisa Nacional das Empresas Contábeis – PNEC. A pesquisa foi finalizada em abril de 2014 e o resultado positivo, graças ao apoio do Sescap/PR e do CRC/SC, foi amplamente divulgado para a classe empresarial contábil. Muitos empresários escreveram parabenizando a inciativa e se comprometendo a apoiar na divulgação das próximas edições.

Na primeira PNEC contamos com a participação de 191 empresas e agora esperamos atingir a cifra de mil participantes, mas para isto é necessário o empenho dos amigos leitores na ampla divulgação. O conhecimento gerado pelas pesquisas dá visibilidade à forma de atuação do empresário contábil, possibilitando o desenvolvimento de ações capazes de impulsionar o crescimento e a valorização da classe.

Aos que ainda não tiveram a oportunidade de conhecer os resultados obtidos com a 1ª PNEC basta acessá-los por meio do link http://goo.gl/619Nxn e comparar com os números da sua empresa.

Se você tem sugestões de perguntas para incluir na PNEC/2015 envie mensagem para gilmarduarte@dygran.com.br até o dia16/11/14.

Fique atento e aproveite esta oportunidade para contribuir com a categoria de sua atuação. Agradecemos desde já. 

Tags: Pesquisa, PNEC, contabilidade

domingo, 2 de novembro de 2014

RAZÃO OU EMOÇÃO: COMO O CLIENTE ESCOLHE O CONTADOR

O cliente de produtos ou serviços toma as decisões pela razão ou pela emoção? E os fornecedores, preferem os clientes racionais ou emocionais?

Estudar o comportamento do cliente é fundamental para melhor atendê-lo e conquistá-lo. De acordo com a pesquisa publicada pelo UOL em 13/05/2014, 52% dos consumidores brasileiros fizeram alguma compra por impulso nos últimos três meses.

A compra de impulso é sempre baseada na emoção, pois quando há a necessidade da compra o consumidor já pesquisou as especificações necessárias e sabe qual é o preço que o mercado pratica. Mas, quando surge uma promoção relâmpago no momento em que ele está na loja não se trata de impulso, mas de aproveitamento da excelente oportunidade surgida. Portanto, de compra racional.

Não podemos afirmar que comprar somente com a razão seja a melhor forma, mas certamente é possível dizer que apenas com a emoção pode levar o cliente a jogar dinheiro fora. A tomada de decisão com base na razão, especialmente nas empresas, é fundamental para obter maior resultado nas compras (despesas, investimentos etc.).

Ao contratar os profissionais que o auxiliarão na gestão da empresa, o novo empresário – isso também acontece com os mais experientes - precisa fazê-lo com muita racionalidade. Neste momento, tomar decisões emocionais pode levá-lo ao insucesso. As pesquisas, especialmente as divulgadas pelo Sebrae, atestam que ao menos 50% das empresas são encerradas antes de completar cinco anos. Este número leva a crer que muitas decisões são impensadas, ou seja, tomadas pela emoção.

Normalmente, o primeiro profissional que o empresário precisa contratar é o contador. Na maior parte das vezes, decisões baseadas na emoção são mais rápidas e levam em conta poucas informações como:

            . preço (procura-se o mais barato);
            . referência (se for da família, melhor ainda);
            . ignorância (no sentido de total desconhecimento da importância do profissional);
            . pressa (não há tempo para pesquisar outros profissionais).

Há muitos fornecedores que atuam no mercado de venda de impulso, que investem fortemente no visual, cheiro e outras características que destacam o momento. Mas os clientes e consumidores que tomam suas decisões pela razão necessitam, além do preço, de muitas informações do serviço ou produto: peso, validade, composição, garantia, durabilidade, precisão, cor, prazo de entrega, condições de pagamento, marca, origem, valor do frete etc.

O problema é quando o cliente prefere tomar a decisão com base na razão, mas desconhece o que está comprando e, por isso, não consegue decidir com segurança. Alguma semelhança com os serviços contábeis? Sim.


Talvez a maioria dos empresários desconheça quais serviços devam ser oferecidos ou deveriam ser executados para a boa gestão e o pleno atendimento das exigências legais. Nestes casos, o desconhecimento contribui para a tomada de decisão tipicamente emocional. Cabe aos contadores oferecer informações completas, mas não exageradas, tampouco técnicas, dos serviços oferecidos, a fim de que no momento certo, a decisão seja tomada de maneira ponderada e definitiva.

Tags: razão, emoção, contador, decisão, contratar, barato.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

PRECIFICAR PARA ATINGIR O PRINCIPAL OBJETIVO DA EMPRESA

Muitas empresas são constituídas, mas seus criadores desconhecem os segredos mínimos da formação do preço de venda e com isso destroem seus sonhos. Sem lucro a empresa não sobrevive por muito tempo.

A empresa privada é formada pelo conjunto de pessoas e bens para produzir outros bens e/ou serviços com o objetivo de gerar lucro aos investidores, que normalmente são tratados por sócios.

Para alguns “poetas da economia” o principal objetivo de uma empresa está no atendimento com excelência aos clientes, ou sejam, a razão da existência dela é o cliente, mas naturalmente que não é bem assim. Qual seria a sua escolha se tivesse que optar entre satisfazer totalmente o cliente, mas que isto não gera lucro, ou ter um cliente não tão satisfeito, mas com lucratividade? Será que há algum investidor opta pela primeira?

Sabemos que não é uma questão simples de opção, pois para que a empresa perpetue é necessário que o cliente cada vez mais esteja satisfeito com os bens ou serviços ofertados, mas só satisfazemos os clientes para que ele decida por nossos produtos ao invés dos bens e serviços disponibilizados pela concorrência. Cliente satisfeito compra mais, gera mais lucro e assim atende ao objetivo principal de qualquer empresa privada: o lucro para que o empreendimento cresça e também remunere seus sócios.

A arte de precificar exige conhecimento, assim como um artista que pode ter nascido com o dom de representar, mas se ele deixar de investir para obter mais conhecimentos para explorar todo o seu potencial poderá acontecer de ser apenas um profissional medíocre.

Precificar compreende ser profundo conhecedor do produto, dos custos, do mercado e das necessidades do cliente. Além disso os gestores das empresas precisam atentar para a administração dos custos. Nas indústrias constantemente é avaliado todos processos produtivos e os gastos envolvidos para que tenha o menor custo e possa concorrer com maior segurança ou ainda proporcionar maior lucratividade.

Isto não pode ser diferente para as empresas prestadoras de serviços que devem ter na ponta do lápis todos os custos e um deles, talvez o principal, é a gestão do tempo investido para executar as tarefas. É de vital importância adotar um software que permite o controle das tarefas dos colaboradores e que permita saber a lucratividade de cada cliente.

Assim precifica-se para atender ao principal objetivo da empresa! Obter lucro para crescer e remunerar os sócios.

Tags: precificar, custo, serviço, lucro, remunerar, sócios.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

O IMPACTO DOS GASTOS FIXOS NAS EMPRESAS CONTÁBEIS

O acompanhamento do desempenho de qualquer atividade fica mais simples e visível quando é transformado em indicadores, seja comparado com períodos anteriores e quando possível com empresas do mesmo ramo.

A excelência na gestão da empresa passa pelo acerto na escolha dos indicadores econômicos e financeiros que serão acompanhados rotineiramente e com firmeza. Na administração das empresas contábeis, formada por profissionais acostumados a trabalhar com estes dados, o processo é idêntico e aqueles mais atenciosos conseguem maior êxito.

Transformar o máximo de informações em indicadores certamente gera maior visibilidade e compreensão de como a empresa está se comportando, mas há gestores que exageram na geração de indicadores que de tantos perde o foco.

Para aqueles que ainda não adotam a rotina de indicadores sugerimos que inicie com poucos e paulatinamente vá inserindo novos. A escolha dos primeiros indicadores deverá atender a necessidade de importância para o momento e condição de gerá-los. A título de sugestão recomendo começar com os seguintes indicadores:
            . Lucro líquido sobre o faturamento;
            . Custos diretos sobre o faturamento;
            . Faturamento por colaborador;
            . Inadimplência;
            . Gastos fixos indiretos sobre o faturamento.

Estes e tantos outros indicadores, dependendo da estrutura organizacional, poderão ser simples para gerá-los, especialmente para os profissionais da contabilidade. Mesmo assim desejo neste artigo ater-me e aprofundar-me um pouco mais em relação aos gastos fixos.

Com base na Pesquisa Nacional das Empresas Contábeis - PNEC, nos diversos debates da Comissão de Precificação dos Serviços Contábeis - COPSEC da qual participo e nas palestras e cursos que ministro tive a oportunidade de trocar a experiências com empresários contábeis e constatei que o indicador variou desde 8% até 25%.

Para encontrar este índice basta totalizar todos os gastos mensais fixos indiretos (telefone, internet, aluguel, condomínio, energia elétrica, material de expediente, depreciação, despesas bancárias, softwares etc.) e dividir pelo faturamento bruto médio. Nesta conta não se incluem os gastos com os colaboradores (salários, benefícios e encargos trabalhistas) e nem as despesas de comercialização (tributos sobre as vendas, comissões, perdas com clientes etc.).

Parece-me que 8% é baixo demais, mas excelente se foi apurado corretamente, e 25% já ultrapassa o nível da razoabilidade. Portanto considero que até 15% do faturamento bruto com gastos fixos indiretos pode ser considerado adequado para uma empresa contábil.

Proponho para aqueles que ainda não tem o hábito de acompanhar a evolução da empresa através de indicadores que comecem e aos que já o fazem que procurem parâmetros que são adotados pelo seu ramo de atividade e verifique como está o desempenho da sua empresa.

Tags: índice, indicador, gasto, contador

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

EMPRESÁRIO CONTÁBIL, PEQUENAS ASSOCIAÇÕES E GRANDES BENEFÍCIOS

A união em pequenos grupos pode gerar benefícios mais eficazes em função da proximidade da direção com a base. A associação de empresários contábeis é uma forma de o grupo ficar mais forte para enfrentar o mercado.

Ao participarmos de uma associação, é comum não termos possibilidade de manifestação, especialmente quando ela é muito grande, ou seja, com estrutura regional, estadual, nacional ou até mundial. Estas gigantescas associações necessitam de estruturas muito bem planejadas para que a base seja ouvida e atendida, uma vez que este deveria ser o principal foco.

Quando a associação tem como principal objetivo a arrecadação de verbas dos associados, realidade de alguns sindicatos instituídos e mantidos por força de leis, os associados não se sentem parte do grupo e, embora contribuam financeiramente, dele não participam. Algumas destas “associações” preferem mesmo a não participação do associado, pois a pequena parcela que lidera sente-se mais à vontade para direcionar os benefícios a quem desejar, muitas vezes para eles mesmos.

Nessa semana, ao ministrar o curso de precificação dos serviços contábeis em Belo Horizonte, Minas Gerais, contratado por uma associação, conheci uma forma simples de atender as necessidades da base. Um grupo de empresários contábeis desejava este treinamento e foi buscar o auxilio da associação da classe, mas recebeu de resposta um NÃO, justificado pela ausência do mesmo no planejamento.

Desistiu? Não! O grupo possui uma pequena associação, com cerca de 50 associados, todos empresários contábeis. Pequena no número de integrantes, mas muito grande nos seus ideais. Este grupo se reuniu e decidiu levar o evento para a cidade com recursos próprios.

Foi impossível sensibilizar a associação da classe, pois a direção é de difícil acesso e talvez não consiga compreender ou não está interessada em ouvir a base. Mas a “pequena” associação, com menor número de associados, foi fácil de reunir, avaliar a necessidade e decidir pela contratação.


Esta não foi a primeira ação da Rede Integrar. Eles se reúnem quinzenalmente, discutem os problemas, buscam formas para combater concorrentes desleais e tantas outras coisas, sendo que a mais importante e exemplar delas é as demandas que os associados julgam pertinentes. 

Tags: rede, grupo, contadores, união, associação.

domingo, 5 de outubro de 2014

Como combater políticos gananciosos e concorrentes desleais?

Em certos termos, talvez seja possível comparar a podridão da política partidária com a atividade contábil. Podemos estar desanimados, especialmente quanto à prática dos honorários, mas será que ainda nos restam esperanças?


Temos a impressão de que tudo aquilo de ruim, especialmente as pessoas, está reunido no meio político partidário, vejam só, os administradores do país. Como podemos esperar melhores condições de vida se são estas as pessoas que, estando no poder, “dão as cartas”? Há alguma coisa possível de ser feita para mudar este cenário?

Concordo que grande parcela das pessoas que “administra” o nosso país é formada de indivíduos que tentam transparecer o real interesse de trabalho para e pelo povo, quando na verdade o único objetivo é o benefício em causa própria. Deseja obter lucros de qualquer forma, mas não pouco, muito, muito lucro. Somente para ilustrar, um deputado federal recebe de salário nos quatro anos de mandato aproximadamente R$ 1,5 milhão. Claro que é bastante, mas talvez não o suficiente. Sabemos que alguns investem até 15 milhões na campanha para se reeleger. É isto mesmo! Mas que conta “doida” é esta? O cara investe mais do que vai ganhar no período todo? Certamente este político está enxergando formas de recuperar o seu dinheiro e lucrar mais, obviamente.

Mas há pessoas bem intencionadas, honestas e desejosas de contribuir para melhorar as condições de vida de todos. Estas pessoas têm poucos recursos, pois não fazem conchavos e, automaticamente, quase não aparecem na mídia. Precisamos identificá-las, dar o nosso apoio e depois cobrar trabalho. Também podemos engrossar a fila dos bons políticos participando ativamente da vida política da comunidade.


Realidade semelhante acontece na classe empresarial contábil, ou seja, “profissionais” pouco preocupados com a prestação de serviços de qualidade fazem com que a profissão pareça formada por “picaretas”. Para ganhar mais e mais clientes cobram valores irrisórios e a única forma de obter lucro é não executar o serviço com a qualidade necessária.

A impressão que fica é a de tratar-se de uma batalha perdida e a única forma de se manter no mercado é também cobrando valores ínfimos e prestando serviços pela metade, para talvez sobrar algum lucro.

É possível haver salvação tanto na macro política do país quanto no meio empresarial contábil, desde que haja ao menos duas pessoas de bem dispostas a promover a ética. Acredito que haja bem mais do que duas. Então, se sou do bem, mas nada faço para promovê-lo, talvez eu seja apenas um insosso. Precisamos ser sal!

Conhecer mecanismos para precificar com justiça e divulgá-los é uma forma de lutar por honorários mais justos e serviços de qualidade aos clientes. Lembre-se de que alguns dos seus colaboradores serão, no futuro, seus concorrentes, então é importante ensiná-los a precificar.


Maus políticos e concorrente desonestos talvez nunca sejam exterminados, mas podemos, de forma organizada e unida, conscientizar a sociedade para que aprendam a separar o joio do trigo. Claro que é uma grande luta, mas é possível vencer.

Tags: política, honorário, contador, esperança, concorrente, desonesto

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Multas do SPED x precificação dos serviços

As possíveis multas dos Speds assustam os contadores. Encontre tempo para se dedicar aos Speds com a precificação justa dos serviços.

Na semana passada retornei à cidade de Maceió para um encontro com os contadores da região, que debatem sobre diversos pontos polêmicos da classe. Um deles foi o tenebroso SPED, que os contadores ainda têm dificuldades para digerir, pois as alterações não param de acontecer. A partir de janeiro deve começar mais um, o SPED da folha de pagamento. Esta nova dificuldade só será vencida se houver dedicação e, mais uma vez, com muito estudo, pois os contadores já venceram diversas barreiras, como o Simples Nacional, assinatura digital, nota fiscal eletrônica, SPED contábil e o SPED Contribuições.

O outro grande entrave que os profissionais da contabilidade enfrentam é para precificar os seus serviços e fazer a gestão da equipe. Nesta agonia entendo que já vencemos uma significativa etapa: o reconhecimento de que é preciso buscar ajuda. Neste evento tive a honra de falar para mais de 60 contadores sobre a valoração do honorário e observei a participação ativa e interessada de todos eles.

Uma das dificuldades apontadas por este grupo de empresários contábeis é não conseguir cobrar de seus clientes pelos serviços acessórios prestados, a exemplo da constituição e alteração de empresas, recálculo de tributos por falta de pagamento ou mesmo o serviço de parcelamento dos tributos.

Esta postura impacta diretamente na rentabilidade, pois é um trabalho que exige a dedicação de muito tempo. Naturalmente, os clientes, sempre que possível, querem o trabalho bem executado, mas nem sempre estão dispostos a remunerar. Será que alguém consegue que uma diarista vá duas vezes por semana na sua casa pelo valor de uma diária? O supermercado onde você gasta R$ 500 por mês lhe dará adicionalmente um pacote de arroz ou uma garrafa de vinho sem o necessário pagamento? A escola do seu filho que cobra a mensalidade dará gratuitamente um ou mais livro cuja leitura foi solicitada pela professora?

Por qual motivo o contador deve executar gratuitamente serviços que não fazem parte do pacote contratado? Ao refletir sobre isto encontrei algumas possíveis razões, abaixo elencadas:
    . Não há contrato ou o que existe está mal elaborado e não estão claro quais serviços fazem parte do pacote contratado;
    . O contador desconhece técnicas para argumentar junto ao cliente e mostrar a importância, responsabilidade e tempo necessário para fazer o serviço;
    . Medo de perder o cliente;
    . Não sabe como precificar o serviço.

Se não consegue cobrar pelos serviços acessórios prestados o profissional  continuará na vala dos pobres mortais que passarão por esta vida somente para trabalhar como "um burro de carga", sem conquistar nada de reconhecimento. É igual aos escravos que trabalhavam até o limite de suas forças e em troca recebiam comida e um pequeno espaço para dormir. Quando "faziam corpo mole" eram chicoteados.

Como o profissional que apenas trabalha terá tempo de sobra para investir na preparação para as novas exigências? E pior, em serviços que não são remunerados? Às vezes ele se ilude e pensa que o cliente ficou satisfeito porque a alteração contratual foi de graça. Mas, ao contrário, normalmente ainda reclama, pois desconhece o tempo que a tarefa exige. Claro que a culpa não é do cliente, pois cabe a ao fornecedor informá-lo.

Para quem ainda costuma fazer todos os serviços de graça sugiro que reflita sobre esta postura. A dica para definir o valor a ser cobrado é a seguinte: apure o valor da hora vendida; estime o tempo que o serviço demandará; multiplique o tempo demandado pelo valor da hora. Este é o valor mínimo para prestar o  serviço.

Se recebe pelos serviços executados será possível contratar colaboradores e assim restará tempo para se dedicar ao estudo das novas exigências, como o SPED.


Tags: SPED, precificar, honorários, serviços, acessórios

domingo, 21 de setembro de 2014

Você sabe como otimizar a mão de obra dos colaboradores?

Obter maior rendimento da mão de obra é possível, mas demanda contas e comparações. Verifique quais são os clientes que exigem mais tempo e descubra os reais motivos para que isto aconteça.

Nas empresas prestadoras de serviços, o custo com a mão de obra é geralmente aquele que mais representa em relação ao faturamento. Segundo a Pesquisa Nacional das Empresas Contábeis (PNEC), o índice é de 45,23%, sem considerar o pró-labore dos sócios.

Índice tão expressivo naturalmente exige muita atenção dos gestores, pois ações acertadas gerarão custos menores e contribuirão para facilitar a penetração da empresa no mercado ou a própria lucratividade.

Para saber como a empresa está posicionada em relação aos custos com a mão de obra primeiramente deve-se totalizar todos os custos diretos com a mão de obra dos colaboradores (salários, benefícios, encargos sociais e trabalhistas etc.) e dividir pelo faturamento bruto. Depois, comparar com as pesquisas disponíveis.

A outra conta importante a ser feita é o balanceamento da mão de obra, ou seja, conhecer as horas disponíveis que a empresa possui para vender e aquelas efetivamente vendidas. De posse destas informações é possível fazer o balanceamento e saber se há ociosidade ou excedente de horas vendidas.

Para conhecer o tempo disponível calcule as horas médias que cada colaborador consegue efetivamente produzir. Por exemplo: na empresa que possui 10 colaboradores apurou-se que cada um produz 140 horas por mês, então são 1.400 horas para vender mensalmente.

Agora só falta descobrir quantas horas a empresa efetivamente já vendeu. Para fazer esta conta de forma bastante rápida tome o faturamento mensal e divida pelo preço de venda da hora trabalhada. (Se ainda não calculou a valor da hora sugiro que acesse www.gilmarduarte.com.br/2014/02/voce-conhece-o-preco-da-hora-trabalhada.html). Imagine que a empresa prestadora de serviços de contabilidade possui faturamento mensal de R$ 70 mil com base nos contratos (honorários fixos), e que o valor da hora vendida é de R$ 60,00. Então divida R$ 70.000,00 por R$ 60,00 e encontrará 1.167, que é o número de horas vendidas.

Ao deduzir as horas vendidas (1.167) das horas disponíveis (1.400) encontra-se a diferença de 233 horas, ou seja, 17%. Estas 233 horas podem ter as seguintes interpretações:
·         Ociosidade – há tempo disponível que poderá ser ocupado com a contratação de novos clientes;
·         Serviços acessórios – há tempo disponível, mas o mesmo é ocupado com serviços acessórios aos próprios clientes, tais como constituição e alteração de sociedades, elaboração de contratos, consultoria etc. Estes serviços são faturados aos clientes e normalmente o valor da hora é maior.
·         Ocupação desordenada do tempo – as tarefas são mal planejadas e acompanhadas, exigindo muito mais tempo para ser desenvolvidas.
·         Tempo excessivo – alguns clientes exigem muito tempo para executar todas as tarefas contratadas, o que sugere a renegociação do honorário (vender mais horas).

A partir do balanceamento deve-se buscar a redução máxima do tempo aplicado para executar cada tarefa, obtendo assim maior lucratividade ou preços mais competitivos.

Tags: balanceamento, custo, hora, honorário, Pnec, ociosidade, tempo

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Invista no tempo e conquiste mais lucro

Invista tempo nas coisas certas, pois é garantia da boa colheita. “Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou” (Eclisiaste 3,2).


A falta de disciplina, organização ou ainda pode-se dizer um critério adequado para trabalhar, estudar ou fazer qualquer atividade torna ela pouco produtiva e maçante. Esta reação é natural, pois quando não se tem a técnica necessária para fazer bem determinada coisa, haverá pouco resultado e assim o desprazer em executá-la.

Para conseguir alto rendimento naquilo que fazemos e consequentemente a satisfação é necessário que sejamos bons naquilo. É fundamental investir tempo e recursos para atingir a meta de resultados positivos e o melhor de tudo é a satisfação. Popularmente se diz que quem faz aquilo que gosta não precisa trabalhar, mas trabalha muito mais, pois trata-se de uma atividade prazerosa e não de tarefa sofrível.

Entendo que a livre concorrência é adequada ao mercado, mesmo que muitas vezes nos fazem perder noites de sono para tentar compreender o melhor processo que permita ganhar dinheiro suficiente para manter o negócio, remunerar adequadamente os colaboradores, fazer novos investimentos e sobrar lucro.

A "Falta de tempo é desculpa daqueles que perdem tempo por falta de métodos” coerentes disse Albert Einsten, e é com base nessa frase inspiradora que busco meios que permita-me enfrentar o mercado com respeito, mas decididamente pela lucratividade para todas as atividades que exerço e especialmente na profissão da prestação de serviços contábeis.

O método de precificar com base no tempo investido em cada cliente exige, especialmente, a aplicação do nosso tempo para a implantação, apontamento das tarefas e análise dos resultados. Alguns empresários da contabilidade dizem que não concordam em gastar tempo para controlar as tarefas e portanto ficam à espera de algum modelo que fará este processo automaticamente. Adoto este padrão há quase 4 anos e testemunha nas palestras e treinamentos as vantagens. Veja os principais benefícios que serão conquistados por quem o adota com disciplina:
·         Conhecer o tempo investido em cada cliente;
·         Saber a lucratividade por cliente;
·         Controle das atividades dos colaboradores;
·         Registro dos serviços acessórios para facilitar a cobrança;
·         Permite saber quais as atividades que precisam ou podem ser otimizadas;
·         Facilidade para o controle do banco de horas dos colaboradores;
·         Medir faltas abonadas, tempo dos serviços etc.;
·         Funciona como um diário, protocolo ou registro de informações p/ consultas e comprovação daquilo que foi feito.

Desejar melhor desempenho fazendo do jeito antigo pode ser uma ilusão no mundo moderno. Busque informações sobre esta metodologia e descubra que o custo necessário é muito pequeno em relação aos grandes benefícios que serão conquistados. Depois de algum tempo até parece milagre o volume de informações disponíveis para a tomada de decisão, mas é simplesmente a adoção de técnicas estudas por um grupo de abnegados empresários contábil.

Tags: custo, benefício, tempo, lucro, investimento