domingo, 31 de março de 2013

2013: Ano da Contabilidade no Brasil – Precisamos que dê certo!


Conquistar o reconhecimento da sociedade é uma luta antiga da classe contábil. O ano de 2013 poderá ser a data que ficará registrada como o primeiro passo na direção certa.

O profissional qualificado para cuidar dos aspectos quantitativos e qualitativos do patrimônio das empresas e que registra todos os atos e fatos de natureza econômico-financeira é aquele que se graduou em contabilidade e se atualiza permanentemente. De forma mais simplificada podemos dizer que o contador é o profissional com habilidades para fazer todos os registros possíveis a fim de gerar relatórios que proporcionem condições para a boa gestão de qualquer empresa. É, portanto, o profissional preparado.

No entanto, a comunidade em geral e, mais precisamente, os usuários dos serviços de contabilidade enxergam este profissional de forma deturpada, imaginando ser aquele que dá um jeitinho para realizar os trabalhos e que, por isso mesmo, qualquer valor cobrado é considerado um exagero.

O Brasil tem 484.567 contadores e 81.302 empresários contábeis, de acordo com dados do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), contingente homenageado em três datas anuais. Vejamos: 12 de janeiro, dia do Empresário Contábil; 25 de abril, dia do Contabilista e 22 de setembro, dia do Contador. Quando muito, essas datas são lembradas unicamente pelos próprios profissionais e parecem não ter contribuído para despertar o reconhecimento ao profissional por parte dos clientes.

Certamente o principal motivo da falta do reconhecimento do valor do contador pela sociedade em geral é a falta da autovalorização. Ou seja, alguns contadores consideram a profissão pouco relevante, além de acreditar que os serviços podem ser feitos de qualquer forma. Essa postura impede a riqueza das informações geradas e finda na cobrança com preços ínfimos. Muitos empresários contábeis têm leiloado honorários para prestar os serviços, atitude que, obviamente, o impossibilita de fazer o trabalho com qualidade.

Preocupado com a desvalorização da classe contábil, o CFC lançou, em sessão solene no Congresso Nacional em 18 de março, a campanha “2013:  Ano da Contabilidade no Brasil”, que tem por objetivo, nas palavras do presidente Juarez Domingues Carneiro, tornar positiva a imagem da contabilidade. “...faremos várias ações para mobilizar a sociedade sobre a importância da profissão, bem como valorizar os profissionais de contabilidade”, afirmou Carneiro.

No Congresso Nacional, muitos fizeram uso da palavra e enalteceram a categoria, mas destaco a fala do senador Luiz Henrique da Silveira, ao dizer que “a contabilidade é a ciência que organiza o mundo... As empresas bem-sucedidas são aquelas que se orientam rigidamente pela sua contabilidade.”

No portal do CFC é possível conhecer as justificativas e os objetivos traçados para que em 2013 o contador conquiste o tão esperado reconhecimento. Lembro que o primeiro trimestre já se passou e é necessário que ações concretas sejam iniciadas rapidamente para que no próximo Natal a categoria comemore essa importante conquista, e com mais dinheiro no bolso.
Conclamo os colegas a contribuir com sugestões de ações e participação nos eventos. Desde já proponho as seguintes ações que podem ser implementadas com a união de todas as instituições representantes da classe contábil: propagandas esclarecedoras nos meios de comunicação, especialmente nos de maior influência nacional; participação, em novela global, de um ator de destaque que represente o personagem de um profissional da contabilidade íntegro e bem sucedido; e palestras em eventos empresariais (não contábeis), que destaquem a importância de contratar um profissional qualificado.

Tags: contador, valorização, CFC, CRC

Um comentário:

  1. Caro Gilmar. Sou técnico em contabilidade e iniciei a vida em escritório de contabilidade. Por opção, paixão, fiz graduação em economia. Foi uma complementação fantástica. Há dez anos leciono no curso de graduação e mestrado em contabilidade. Todo ano constato que um número cada vez menor de alunos que concluem o curso, não atuam e tampouco querem ter atividades relacionadas com contabilidade. No meu entender, contabilidade enquanto ramo do conhecimento não é privativo de ninguem. Por outro lado, por questões, principalmente, de atribuição de responsabilidade é necessário normatização. Agora, com toda sinceridade: não precisamos de curso superior de quatro anos para formar praticantes em contabilidade. Por isso, não vejo muito o que comemorar, apesar de todo "oba-oba" do cfc.

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