A vida terrena é limitada pelo tempo, nem sempre usado de
maneira adequada para atingir os objetivos traçados. Empresas que não valorizam o controle do tempo
são fortes candidatas a compor as estatísticas de mortalidade precoce.
De acordo com pesquisas divulgadas pelo IBGE em novembro de 2012, a
expectativa de vida do brasileiro é de 74 anos e 29 dias. A brasileira vive um
pouco mais, 77,7 anos. Os jovens dirão que é muito tempo, mas os mais maduros certamente
afirmam que 74 anos é apenas um sopro, pois o tempo passa rapidamente.
A pessoa que gosta muito de trabalhar e inicia a vida profissional aos
16 anos, parando somente aos 70, dedicando 10 horas diárias durante seis dias
da semana e descansando 30 dias anuais às merecidas férias trabalhará aproximadamente
160 mil horas. Já aqueles que se
aposentam com 35 anos de trabalho, depois de dedicarem 44 horas por semana e
considerando algumas faltas por diversos motivos terão trabalhado 67 mil horas.
O empresário contábil certamente está na categoria que consome no
trabalho cerca de 160 mil horas de sua vida, tempo que não é tão longo para uma
vida inteira. Percebemos claramente que o TEMPO é finito e tudo o que desejamos
fazer depende dele.
Daí surge a preocupação: será que estou aproveitando o tempo de forma
eficiente?
De acordo com informações publicadas pelo Sebrae em 2011, 440 mil
empresas são constituídas anualmente. No primeiro ano 27% encerram as
atividades e após 3 anos sobrevivem apenas 52%. Quanto tempo e dinheiro são
desperdiçados? A falta de controle do tempo nas empresas pode causar perdas
consideráveis, incluindo a impossibilidade de executar todas as tarefas
necessárias e exigidas pelos clientes.
Segundo a legislação trabalhista, um colaborador trabalha em média 220
horas mensais, mas é só deduzir o descanso semanal remunerado para verificar
que esse número não passa de 190. Continue a conta e deduza férias, feriados,
faltas abonadas, treinamentos, reuniões, lanches etc. e constate que o colaborador
não trabalha mais do que 150 horas por mês. Quantas dessas horas estarão
disponíveis para a venda aos clientes? Conheço empresas que possuem um rigoroso
controle e a apuração dessas horas não passa de 120/mês. Se o tempo é tão
importante, por qual motivo um empresário deixa de fazer o acompanhamento?
“A falta de tempo é a desculpa daqueles que perdem tempo por falta de
métodos”, já disse Albert Einstein. A Comissão de Precificação dos Serviços Contábeis
(Copsec) do Sescap/PR desenvolveu a metodologia para a precificação dos
serviços de contabilidade com base no tempo e disponibilizou, por um valor
irrisório, a ferramenta “PC Contábil”. Hoje o empresário contábil não pode
reclamar da falta de métodos para iniciar um trabalho que valorize o seu tempo
e dos seus colaboradores.
Gilmar Duarte da Silva é
empresário contábil, palestrante e autor do livro “Honorários contábeis. Uma
solução baseada no estudo do tempo aplicado”.
Tags: mortalidade, vida, tempo, horas trabalhada.
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