A
constituição e a mortalidade de empresas são tratadas friamente em pesquisas e
estatísticas nem sempre muito confiáveis. Uma ferramenta capaz de mudar o
cenário real e virar o jogo de uma vez por todas está muito perto do governo e
dos contribuintes.
A
empresa é o resultado do sonho de uma ou mais pessoas físicas que colocam suas
aspirações em prática. O ideal, aos poucos, se transforma num conjunto de ações
bem coordenadas e oferece trabalho para o sustento de muitas famílias. O
contrário também pode acontecer: um pesadelo com profundas marcas que só o
tempo conseguirá apagar.
É
função do governo oferecer condições para o surgimento e o fortalecimento
desses empreendimentos, pois as empresas são as maiores geradoras das riquezas
de um país.
A
publicação recorrente de pesquisas a respeito do crescimento do número de
empresas constituídas e também das baixadas suscita grande desconfiança,
especialmente por parte dos contadores, quanto à eficiência dos resultados
apresentados. A título de exemplo citamos uma pesquisa do Sebrae-SP que,
baseado em dados compreendidos entre 2000 e 2005 fornecidos pela Junta
Comercial de São Paulo, concluiu que 27% das empresas encerram as atividades no
primeiro ano e apenas 36% permanecem em atividade após o sexto ano.
Infelizmente,
muitos “empreendedores” fazem uso de subterfúgios para deixar de honrar
compromissos com terceiros, inclusive o governo. Empresas podem se transformar
em duas, três ou mais apenas nos órgãos governamentais, quando, em realidade,
trata-se de uma só. Também se baixam empresas sem que as atividades sejam
encerradas. A pergunta que fica é: como obter dados estatísticos verdadeiros
para criar ações de proteção e auxílio?
Num
país em que os espertalhões enriquecem injustamente, a exemplo dos “anões do
congresso”, “mensalão”, do ex-juiz trabalhista Nicolau dos Santos Neto e, mais
recentemente, do doleiro Carlos Alberto Youssef, sobram péssimos exemplos para
incentivar a nação a buscar meios de crescer de forma justa e ordeira. Alguns
empresários reclamam dos administradores públicos, esquecendo-se das inúmeras
vezes em que fazem uso dos mesmos expedientes. A punição aos
corruptos/espertalhões deve alcançar todos os agentes, públicos e privados.
O
projeto de Lei 113/2011, que está tramitando na Câmara dos Deputados, pretende
implantar o não pagamento de tributos, nos primeiros quatro anos, para as
micros e pequenas empresas incluídas no Simples Nacional. A intenção é permitir
que estas empresas só contribuam com os cofres públicos quando começarem a
obter lucro. A intenção é muito boa, mas os empresários dificilmente começarão
a lucrar sem assessoria profissional. Ao final dos quatro anos baixarão a
empresa e constituirão outra em nome de terceiros, engrossando os equivocados
índices de abertura de encerramentos de empresas no Brasil e desperdiçando
dinheiro público.
Segundo
a pesquisa acima citada, 28% dos ex-proprietários das empresas que encerraram
as atividades disseram que a salvação poderia ter sido um empréstimo bancário.
Para 18% deles, uma consultoria empresária impediria o naufrágio.
O
mercado dispõe de excelentes contadores capazes de assessorar estes
empresários, mas estes, infelizmente, contratam o profissional mais barato,
acreditando assim reduzir as despesas e crescer mais rapidamente. O governo
deveria criar uma ferramenta para remunerar o contador que auxilia o empresário
em sua gestão, pois certamente a nação ganhará muito mais do que simplesmente
deixar de recolher tributos por quatro anos.
Tags: pesquisas, estatística, mortalidade, abertura, constituição, empresas,
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