Cada vez mais as pessoas são individualistas, atitude que
pode ser danosa para os negócios. Concorrentes sim, inimigos nunca. No mundo do
trabalho, a inimizade pode ser o primeiro passo para a deslealdade.
Nesta semana estive em Maceió, Alagoas, falando sobre
precificação num evento da classe empresarial contábil. A cidade é maravilhosa,
de natureza exuberante - especialmente as praias -, e da gente orgulhosa da
segurança da capital. Isto eu pude confirmar, pois caminhei à noite na praia,
no centro e nas praças onde crianças e jovens brincavam de bicicleta e skate,
enquanto os pais assistiam as peripécias.
Todo cidadão brasileiro merece este clima extremamente
saudável, mas infelizmente poucos têm direito a ele. Mesmo sozinho, presenciar
famílias inteiras se divertindo dá uma sensação gostosa que remete aos bons
tempos de criança.
O clima agradável também deve ser copiado e adaptado para
as nossas empresas contábeis. Os empresários podem e deveriam criar um laço
mais forte com os colegas de profissão para cultivar a parceria saudável em
substituição à concorrência desleal existente na maioria das vezes. Crescer e
ganhar dinheiro juntos. Será isto possível?
Em quase todas as atividades as pessoas se reúnem para
discutir os problemas comuns e encontrar soluções, pois juntas é mais fácil superá-los.
É verdade que esta união também acontece na classe empresarial contábil, mas
entendo que poderia ser verdadeiramente muito mais forte e produtiva.
O contador possui expressiva responsabilidade social,
especialmente após o novo Código Civil, que, com absoluta certeza, é maior que
outras profissões que atualmente gozam de maior prestígio. O contador pode
continuar indiferente na administração das empresas e ser absolutamente um
"fazedor de serviços burocráticos", mas aqueles que utilizam o
conhecimento adquirido conseguem ser a peça chave na gestão dos empreendimentos
de seus clientes, conquistando o reconhecimento destes.
A união pode começar com a efetiva participação nos
sindicatos da categoria e contribuir com ideias para inovar os serviços
prestados aos clientes, de tal forma que seja possível garantir a lucratividade
justa. Somente se houver lucratividade será possível prestar serviços de
qualidade e garantir a continuidade. É comum encontrar colegas que dizem já ter
participado ativamente, mas desistiram depois de nada conseguir. Será que esta
atitude contribui para melhorar alguma coisa? Quando um atleta desiste de uma
corrida está apenas relegando toda a responsabilidade para os outros.
A convivência saudável na concorrência é a solução para
muitos dos nossos problemas.
Gilmar Duarte da Silva é
empresário contábil, palestrante e autor do livro "Honorários contábeis.
Uma solução baseada no estudo do tempo aplicado”.
Tags: concorrência, união, contador, sindicatos, desleal.
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