Concorrer
em qualquer área carente de regras claras é perda na certa. Perdem aqueles que
desejam vender bons produtos ou serviços e, mais ainda, perde o mercado, que
acaba nivelado por baixo.
Reclamar
daquilo que traz insatisfação é prática comum. Alguns exemplos atuais: médicos queixam-se
da decisão do governo em contratar profissionais cubanos; clientes dos planos
individuais Golden Cross transferidos para a Unimed reclamam da falta de
atendimento; empresários lamentam a falta de segurança que deveria ser oferecida
pelo governo e os jogadores de futebol protestam contra a CBF devido ao
calendário dos jogos.
Vamos
nos deter com maior profundidade neste último caso. Todos sabem, não é de hoje,
que os profissionais do futebol brasileiro reclamam do excessivo número de
jogos, que provoca desgastes e contusões. Nos campeonatos europeus, os clubes
que mais jogam participam de 50 a 60 partidas. Já no Brasil o número pode
chegar a 74 jogos, como foi o caso do Corinthians na temporada 2012.
Devido
a esta problemática, no final de setembro, 75 jogadores de diversos clubes das
séries A e B do Campeonato Brasileiro resolveram não apenas falar, mas fizeram
um manifesto exigindo reunião com a CBF para discutir o calendário de 2014.
Estes 75 profissionais também solicitaram apoio dos demais colegas para que se
somem ao grupo de insatisfeitos. A partir disso, a chance de mudanças é bem
maior.
A
classe contábil, que há muito tempo reclama da falta de disciplinamento com
relação à prática dos honorários contábeis e da fiscalização incipiente por
parte dos conselhos regionais de Contabilidade, pode aproveitar o momento de
indignação pelo qual o povo brasileiro está passando e se unir para exigir
mudanças.
Não
é mais possível continuar convivendo com colegas que não fazem a escrituração
contábil, motivo pelo qual conseguem cobrar valores ínfimos. Numa das palestras
da 15ª Convenção Nacional das Empresas Contábeis (Conescap), realizada em
agosto em Gramado, Rio Grande do Sul, foi dito que 80% das empresas no Brasil
não têm contabilidade. Não vou continuar reclamando, pois será como malhar em ferro
frio. Desejo chamar a atenção dos colegas, especialmente dos empresários
contábeis, para a necessidade de união a fim de encontrar uma fórmula capaz de tornar
a prática dos honorários contábeis algo mais justo.
O
Conselho Federal de Contabilidade (CFC) deve, e a nós cabe exigir, sair do
conformismo e atender ao clamor dos seus representados. Isto parece impossível,
mas acreditem, só depende da nossa inciativa, assim como os jogadores de
futebol estão fazendo. Reclamar adianta sim, mas mais importante é reclamar de
forma organizada.
Tags: honorários contábeis, desleal, concorrência, aviltamento, reclamar
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