domingo, 16 de setembro de 2012

O tabelamento dos honorários contábeis


Resumo: Controlar as tarefas e anotar o tempo pode ser complexo. Ao menos é o que relatam alguns empresários em minhas palestras. Vamos, então, fazer uma breve reflexão sobre outra forma que seja mais prática, demande pouco esforço e que atinja o alvo.

Tags: tabelamento, aviltamento, honorário, contabilidade.

Começamos determinando exatamente qual é o alvo que pretendemos atingir. Acredito que você concorda que o principal objetivo é definir o valor dos serviços prestados de forma equilibrada, capaz de cobrir todos os custos e despesas envolvidas e gerar lucro. O desejo de todo empresário é conhecer os custos e a lucratividade por serviço e por cliente.

O próximo passo é definir o preço dos serviços. Esta tarefa é labiríntica, sabemos disso, e com a intenção de facilitar vamos focar a análise na proposta de tabelamento, normalmente publicadas pelos sindicatos de classe. Mas como se chega até os valores ali propostos, como confeccioná-la? Parece que reunir alguns empresários contábeis, de preferência os oriundos de grandes empresas e que costumeiramente praticam preços acima da média do mercado, torna possível estabelecer a tabela que contempla todos os serviços com boa lucratividade.

Tabela feita, o próximo passo é divulgá-la e suplicar a todos os empresários contábeis que a adotem, colocando um fim no tão propagado aviltamento dos honorários. Esta tabela deverá ser uma proposta indicativa, pois do contrário poderá ser enquadrada como cartelização pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Se a tabela foi criada com critérios bem definidos e aplicação de margem de lucro razoável, é provável que sugira preços justos. Do contrário, sua aplicação poderá favorecer a adoção de descontos, muitas vezes exagerados. Se isto ocorrer, ao descrédito de sua eficácia seguirá o abandono.

Na minha avaliação, a existência de tabelas de preços oferecida por alguma associação de classe não dispensa o empresário contábil de ter seus próprios controles de custo e formação do preço de venda. Só assim será possível aferir a mesma, propor correções e, especialmente, conhecer a real necessidade de conceder algum desconto.

Por fim sugiro precificar os serviços com base no tempo aplicado e se for possível, dentro do que é legal, criar a tabela dos preços mínimos, o que contribui muito para a valorização da classe.

Gilmar Duarte é empresário contábil, palestrante e autor do livro "Honorários Contábeis. Uma solução com base no estudo do tempo aplicado"
16/09/2012

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