segunda-feira, 19 de maio de 2014

Líderes antigos e acomodados ou jovens sedentos por mudança?

O raio-X das empresas contábeis no Brasil revelado pela PNEC demonstra que o setor carece de verdadeira atenção de seus representantes. No entanto, a impressão que fica é que estes líderes estão noutro mundo de preocupações.

Basta acessar os diversos blogs na internet para constatar o clamor dos contadores por auxílio daqueles que ocupam cargos de representantes da classe, mas seus anseios ficam sem respostas e ações.

Nesta semana pude ler diversas mensagens desencontradas conclamando a interferência do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Conselho Regional de Contabilidade (CRC) ou qualquer outro órgão que promova algum evento para debater as dificuldades da classe, especialmente financeiras, para juntos encontrar soluções para honorários mais justos capazes de viabilizar a prestação de serviços com mais qualidade. Infelizmente o que vemos são honorários cada vez mais achatados para tentar manter o cliente, atitude que piora ainda mais o mercado, pois sem recursos é impossível investir no negócio, baixando de vez o padrão do serviço.

A Pesquisa Nacional das Empresas Contábeis (PNEC) revelou claramente a situação acima exposta, ou seja, os salários dos colaboradores tiveram que ser aumentados para que os clientes e as empresas de softwares não os tomem. Hoje o custo médio de um colaborador está acima de R$ 2 mil (é um resultado para comemorar, não fossem os baixos honorários). O honorário médio pago pelos clientes é R$ 562,52, o que obriga a existência de uma vasta carteira de clientes. As empresas contábeis são formadas, em média, por nove colaboradores e 80 clientes, então cada colaborador é responsável por praticamente 10 empresas.

Mesmo assim o faturamento caiu, na afirmação de 33% dos que responderam a PNEC. O pior é que o lucro líquido também baixou, segundo 44% dos empresários contábeis que colaboraram com a pesquisa. E como está a inadimplência, as contas vencidas há mais de 30 dias divididas pelo faturamento de um mês? Este é outro assunto que descabela os empresários contábeis. Vejam que os cheques sem fundos em março atingiram o patamar de 2,21%, segundo a Serasa Experian, e isto tem assustado. As empresas de contabilidade, que muitas vezes são as últimas a serem lembradas de pagar, têm experimentado quase 11% de inadimplência.

A classe contábil no Brasil é expressiva - são quase 500 mil contabilistas e mais de 80 mil empresas de contabilidade -, formada na maioria por jovens com idade média de 29 anos, 57% graduados e 64% dos profissionais são do sexo feminino. Estes ingredientes todos estão fazendo a “água borbulhar” e irão eclodir para se adequar aos novos tempos. O primeiro deles será a substituição dos líderes antigos e acomodados por jovens sedentos por mudanças.


Vamos substituir nossos representantes, que se encontram desmotivados, por pessoas trabalhadoras e comprometidas com a base da classe contábil?

Tags: CRC, Sescap, Sescon, preocupação, interesse, honorário

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