O
raio-X das empresas contábeis no Brasil revelado pela PNEC demonstra que o
setor carece de verdadeira atenção de seus representantes. No entanto, a impressão
que fica é que estes líderes estão noutro mundo de preocupações.
Basta
acessar os diversos blogs na internet para constatar o clamor dos contadores
por auxílio daqueles que ocupam cargos de representantes da classe, mas seus
anseios ficam sem respostas e ações.
Nesta
semana pude ler diversas mensagens desencontradas conclamando a interferência
do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Conselho Regional de Contabilidade
(CRC) ou qualquer outro órgão que promova algum evento para debater as
dificuldades da classe, especialmente financeiras, para juntos encontrar soluções
para honorários mais justos capazes de viabilizar a prestação de serviços com
mais qualidade. Infelizmente o que vemos são honorários cada vez mais achatados
para tentar manter o cliente, atitude que piora ainda mais o mercado, pois sem
recursos é impossível investir no negócio, baixando de vez o padrão do serviço.
A
Pesquisa Nacional das Empresas Contábeis (PNEC) revelou claramente a situação
acima exposta, ou seja, os salários dos colaboradores tiveram que ser
aumentados para que os clientes e as empresas de softwares não os tomem. Hoje o
custo médio de um colaborador está acima de R$ 2 mil (é um resultado para
comemorar, não fossem os baixos honorários). O honorário médio pago pelos
clientes é R$ 562,52, o que obriga a existência de uma vasta carteira de
clientes. As empresas contábeis são formadas, em média, por nove colaboradores
e 80 clientes, então cada colaborador é responsável por praticamente 10
empresas.
Mesmo
assim o faturamento caiu, na afirmação de 33% dos que responderam a PNEC. O pior
é que o lucro líquido também baixou, segundo 44% dos empresários contábeis que
colaboraram com a pesquisa. E como está a inadimplência, as contas vencidas há
mais de 30 dias divididas pelo faturamento de um mês? Este é outro assunto que
descabela os empresários contábeis. Vejam que os cheques sem fundos em março
atingiram o patamar de 2,21%, segundo a Serasa Experian, e isto tem assustado.
As empresas de contabilidade, que muitas vezes são as últimas a serem lembradas
de pagar, têm experimentado quase 11% de inadimplência.
A
classe contábil no Brasil é expressiva - são quase 500 mil contabilistas e mais
de 80 mil empresas de contabilidade -, formada na maioria por jovens com idade média
de 29 anos, 57% graduados e 64% dos profissionais são do sexo feminino. Estes
ingredientes todos estão fazendo a “água borbulhar” e irão eclodir para se
adequar aos novos tempos. O primeiro deles será a substituição dos líderes antigos
e acomodados por jovens sedentos por mudanças.
Vamos
substituir nossos representantes, que se encontram desmotivados, por pessoas
trabalhadoras e comprometidas com a base da classe contábil?
Tags: CRC, Sescap, Sescon, preocupação, interesse, honorário
Concordo com o posicionamento do autor.
ResponderExcluir