domingo, 10 de fevereiro de 2013

Na convivência em grupo, saber ouvir é essencial


Resumo: Muito dinheiro arrecadado por instituições sindicais é mal aplicado em função do desconhecimento das necessidades dos associados. Realizar pesquisas bem planejadas é o caminho acertado para a boa gestão sindical.

Tags: sindicato, satisfação, igreja, pesquisa, felicidade, líder.

Qualquer tipo de organização social evidencia a vaidade do dirigente. Alguns se apegam de tal maneira ao cargo que só saem quando vão para o cemitério. Sabemos que o giro de lideranças é o fator que mais oxigena e fortalece um grupo de pessoas.

Até mesmo nas igrejas isto acontece. Algumas pessoas se apoderam dos cargos e dificultam a entrada de novos integrantes, fazendo com que os fieis comecem a murchar e, aos poucos, desaparecem, pois ninguém se sente bem permanecer onde é desvalorizado.

O desaparecimento dos fieis começou a preocupar algumas igrejas, que promovem reuniões com os poucos que restam e pedem auxílio para descobrir o motivo do esvaziamento. Ouvir os fieis, inovar o estilo dos encontros, dar oportunidades para todos e respeitar a individualidade daqueles que não desejam se expor são ferramentas que podem contribuir para atrair os menos participativos.

As pessoas necessitam viver em grupos para melhorar as condições de sobrevivência e ser mais felizes. Tanto é assim que formam grupos de jovens, de casais, grupos para praticar atividades desportivas, de idosos, empresários, empregados e muitos outros, todos em busca de momentos que tornem a convivência mais harmoniosa.

Que felicidade é esta que tanto os seres humanos procuram? A força da união permite enfrentar com maior facilidade as adversidades que surgem diariamente. Pessoas com deficiência física se reúnem para exigir direitos de acessibilidade, pois quando conseguem ruas mais seguras, prédios passíveis de circulação e banheiros adequados, tornam-se mais felizes.

Os empresários se reúnem em grupos, de preferência por tipo de atividade, para discutir seus problemas e criar condições mais adequadas para enfrentá-los. Quando feita em grupo, a busca pela qualificação profissional por meio de treinamento e desenvolvimento de tecnologias acarreta menor custo para todos.

Quando o motivo da união deixa de existir, ou seja, não gera condições favoráveis para seus associados serem mais felizes, o grupo está fadado ao abandono. No caso dos sindicatos, quando isso acontece e o associado não enxerga mais motivos para contribuir com este grupo, pois pouco ou nada proporciona de retorno, somente a lei consegue exigir receita, ou seja, o pagamento da Contribuição Sindical.

Conheço alguns sindicatos dos quais empresários fazem questão de ser associados, pois o retorno é visível. Isso normalmente acontece quando o sindicato é novo e as pessoas que o dirigem têm o firme propósito de ficar pouco tempo na liderança e promove a oxigenação da diretoria, ou seja, o rodízio de seus líderes.

A vaidade da liderança faz com que temas menos importantes, ou defendidos pela minoria sejam mais valorizados. Muitos líderes desconhecem a verdadeira necessidade de seus associados e propõem serviços indesejados por eles. Isso provoca o desaparecimento de muitos membros e o consequente enfraquecimento da entidade.

Para manter qualquer grupo de pessoas sempre unido é necessário que todos estejam satisfeitos. Mas como fazer para manter as pessoas saciadas? Certamente a tarefa não é das mais fáceis, pois exige o desapego de muitas vaidades e a humildade de estar próximo dos participantes e ouvi-los. Quando o grupo é grande, pesquisas tornam-se um eficiente instrumento para conhecer os anseios de todos.

A pesquisa precisa ser bem planejada, com metodologia que permita às pessoas se manifestar. Pesquisa mal preparada e mal aplicada só serve para chatear mais ainda os associados. Tomar decisões com base em resultados inadequados pode resultar num bom discurso, mas certamente será um desastre se a intenção é obter a satisfação dos associados no momento de colocar as ações em prática.


Gilmar Duarte da Silva é empresário contábil e autor do livro "Honorário Contábil. Uma solução baseada no estudo do tempo aplicado".

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